Praticamente todos os seres humanos, possuem um medo que segundo Kay
Gilley no livro “A alquimia do medo” é o pior de todos os medos, o medo da
morte. Mesmo aqueles que acreditam na vida após a morte, que professam uma
crença religiosa em que a pluralidade da existência é senso comum, afirmam ter
medo da hora derradeira, o momento em que teremos que fazer a nossa passagem,
medo de morrer.
Então
questionamos: Qual a origem deste medo? Porque pessoas estudiosas dos assuntos
espirituais tremem ao saberem que a sua hora está chegando? O que devemos fazer
para eliminarmos ou pelo menos minimizarmos este medo? O medo estaria ligado ao
como morrer ou a o que virá após o desencarne?
Joana de
Angelis afirma que “...o medo da morte, que é herança ancestral,
assim como resultado das crenças religiosas e superstições que elaboraram um
Deus vingador e punitivo, ou do materialismo que reduz a vida após a disjunção
celular ao nada, o fenômeno natural da desencarnação se apresenta como
tragédia, ou constitui um término infeliz para a existência humana, que sofre a
dolorosa punição de ser extinguida.” Desta forma passamos a
compreender um pouco mais sobre este medo visto que somos espíritos milenares
que já vivenciamos vários personagens no palco terreno e nem sempre fomos
espíritas ou reencarnacionistas.
Nas fases primitivas da existência devido à ignorância, seja nossa ou
daqueles que nos impingiram certos conceitos, fomos condicionandos a vários
tipos de medo e o medo da morte talvez tenha sido o mais condicionado. Já
acreditamos em um “céu” feito apenas para os “puros” e um “inferno” para os
“maus”. Citamos como exemplo o caso do Bandeirante – Anhanguera - que colocou
fogo no álcool, dizendo para os índios que queimaria os rios. E isto aconteceu
aproximadamente há quinhentos anos. Hoje sabemos o que é o álcool e não ficamos
aterrorizados com uma situação desta, assim será quando realmente
compreendermos sobre o processo do desencarne e a importância das várias
existências para a evolução espiritual de cada um.
Segundo Kay Gilley “Apenas expressando em palavras os nossos
medos profundos recuperamos o poder para transformar nosso relacionamento com
eles de negação para força interior.” Podemos então, em um momento de
medo nos perguntarmos: Do que estou com medo? O que este medo pode me ensinar
para que eu possa ir ao seu encontro? Afirma, ainda que, “Quando temos
medo e o evitamos através da negação, nós nos dividimos, sentimo-nos menos
plenos. Quando temos medo, mas o admitimos e aprendemos o que temos que fazer
para encará-lo e superá-lo, nós nos tornamos mais plenos.”
Encarar o medo da morte é praticar o que Jesus, nosso mestre maior, nos
ensinou “BUSCA A VERDADE E A VERDADE TE LIBERTARÁ.” É enfrentar a verdade
sobre nós mesmos, sobre a continuidade da vida e fortalecermos na fé, não a fé
cega e sim uma fé raciocinada, uma fé baseada na experiência direta. Convém
lembrarmos que “morremos” todos os dias quando nos deitamos para dormir após um
dia de trabalho.
Para Richard Simonetti “O espírita, em face das informações
amplas e precisas que recebe, certamente aportará com maior segurança no
continente invisível, sem grandes problemas para identificar a nova situação,
embora tais benefícios não lhe confiram o direito de ingresso em comunidades
venturosas. Isso dependerá do que fez e não do que sabe.”
Sócrates ensinava seus discípulos dizendo: “É pois um fato,
Símias, (...), que os verdadeiros filósofos se preparam para morrer e que eles
são, de todos os homens, aqueles que menos medo têm da morte”. (Platão,
Diálogos, Fédon)
Assim como Simonetti e Sócrates nas transcrições acima, devemos nos
preparar para o momento da morte, uma vez que, sabemos ser a única certeza em
nossa estada no plano terreno e que, um dia, retornaremos ao plano espiritual
para um novo estágio de aprendizado. Como afirmam os espiritos, nossa condição
no plano espiritual está diretamente subordinada às obras que fizermos ao bem
que praticarmos, quanto mais vivenciarmos os ensinamentos do Cristo em nosso
dia-a-dia melhor será nossa situação ao chegarmos no plano espiritual.
Bibliografia
- O livro dos espíritos
- Quem tem medo da morte?
– Richard Simonetti
- O Despertar do espírito
– Joana de Angelis
- Autodescobrimento -
Joana de Angelis
- A Alquimia do medo –
Kay Gilley
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ResponderExcluirOlá Gastão! Grato pelo comentário. Muita Paz. Abraço.
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