quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Estudo da Doutrina Espírita – Parte II


Joilson José Gonçalves Mendes

O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação”. Emmanuel

No número anterior abordamos sobre a importância do estudo da Doutrina Espírita de maneira geral, para que todos aqueles que intentam na labuta espiritual não o façam desprovidos de noções básicas e busquem cada vez mais aprimorar seus conhecimentos sobre esta Doutrina que ilumina a escuridão em nós.
Neste número continuaremos a falar sobre a importância do conhecimento sobre o mundo espiritual, contudo, dirigido aos médiuns ostensivos, quais sejam, aqueles que apresentam a mediunidade educada ou em processo de educação e são trabalhadores nas sessões mediúnicas, dos quais destacamos os mais comuns: psicógrafos, psicofônicos, de desdobramento, clarividente ou clariaudientes.
Não discorreremos sobre estes tipos de mediunidades, partiremos do pressuposto que médiuns freqüentadores das reuniões mediúnicas já são portadores destes conceitos, visto que já devem ter passado pelos estudos básicos como Estudos Sistematizados da Doutrina Espírita (ESDE) e Curso de Orientação e Educação Mediúnica (COEM).
Logo na introdução de O Livro dos Médiuns, Kardec alerta sobre a importância de conhecermos os fenômenos espíritas para não sermos joguetes nas mãos de espíritos levianos. Sobre o exercício da prática mediúnica, em nota do Cap VI, item 18, assevera: “O estudo sério do Espiritismo leva precisamente o homem a se desembaraçar de todas as superstições ridículas”.
Estas superstições, que trazemos no inconsciente, fazem parte do atavismo que desenvolvemos em inúmeras reencarnações. É fácil verificarmos isto em médiuns iniciantes que pouco conhecem sobre a doutrina e a manifestação dos espíritos. Geralmente chegam às casas espíritas assustados, apavorados, cheios de conceitos errôneos; com o decorrer do tempo e o estudo vão compreendendo o que acontece e deixa de sentir medo.
No item 225 de O Livro dos Médiuns, é apresentada a comunicação de um espírito de ordem superior, assim classificado pelo Codificador, que discorre sobre o médium de vasto conhecimento: “Assim, quando encontramos em um médium o cérebro povoado de conhecimentos adquiridos na sua vida atual e o seu Espírito rico em conhecimentos latentes, obtidos em vidas anteriores, de natureza a nos facilitarem as comunicações, dele de preferência nos servimos, muito mais fácil do que com um médium de inteligência limitada e de escassos conhecimentos anteriormente adquiridos”.
Desta maneira é que pessoas com conhecimento sobre Física, melhor expressará, por meio da mediunidade, mensagens de espíritos que foram físicos; um médium que se dedique ao conhecimento da Poesia terá melhores condições de transmitir mensagens poéticas; aquele que acumular conhecimentos na área médica transmitirá conceitos afetos à medicina. Assim observamos que todo médium deve se esforçar tanto para conhecer sobre a fenomenologia mediúnica, bem como adquirir conhecimentos diversos em sua área de interesse.
Um ponto que chama a atenção é a respeito do Animismo. Muitos médiuns confundem Animismo com Mistificação. No Animismo, muitas vezes de forma inconsciente, o médium expressa conteúdos próprios e que devem ser tratados como se espírito comunicante fosse, com todo carinho e amor necessários. Lembremos que o médium também é um espírito em fase de purificação.
Já a Mistificação ocorre de forma consciente em casas espíritas desprovidas dos conhecimentos necessários para um bom desempenho mediúnico, e muitas vezes os médiuns são obrigados a dar comunicação; ou médiuns que ainda não se despojaram do orgulho e da vaidade e inventam comunicações. Também é utilizada por espíritos que procuram envolver o médium despreparado e disseminar idéias contrarias a Doutrina Espírita com a intenção de desestabilizar o grupo mediúnico.
Na questão 303-2ª, de O Livro dos Médiuns, sobre as Mistificações, encontramos a seguinte explicação: “Deus permite as mistificações para provar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que fazem do Espiritismo um simples meio de divertimento”.
Lembremos que entre os desencarnados encontramos espíritos de elevado conhecimento intelectual e baixo valor moral. É por isto que convidamos a todos os espíritas e principalmente os médiuns a prepararem-se, por meio do estudo seja em grupo na casa espírita em que freqüenta ou individualmente, adquirindo a fé raciocinada, a lógica e a razão em Jesus para sabermos discernir entre o verdadeiro e o falso, e conquistarmos uma melhor qualidade em nossa prática mediúnica.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- O Livro dos Espíritos
- O Livro dos Médiuns
- O Consolador
- Consciência e Mediunidade – Projeto Manoel Philomeno de Miranda
- Mediunidade e Discernimento – Walter Barcelos
- Mediunidade e Animismo – Um diálogo entre o médium e o espírito – Carlos A. Baccelli –      Odilon Fernandes (Espírito)

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