terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A evolução não dá saltos


Por – Joilson José Gonçalves Mendes

Ao lermos o título acima podemos pensar que falar sobre este tema é algo redundante, é chover no molhado, chega a ser tautológico. Contudo, é comum escutarmos, em tempos de “transição”, a seguinte frase: “Tal ou tal situação deu um salto quântico”. Até parece que virou moda. Pode passar a impressão de que algo mágico aconteceu. Será que alguns seres que passaram milhões de anos nos caminhos tortuosos da vida, de agora em diante serão “salvos”? Mas esta frase, exceção feita ao fenômeno da física, carece de maior aprofundamento quando pronunciada em outros contextos.
O químico francês, Antoine Laurent de Lavoisier (1743 - 1794), considerado o criador da química moderna, promulgou que em a natureza “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Uma transformação não ocorre ao acaso, repentinamente, são necessários estágios anteriores para que ocorra uma mudança. As fases que antecedem a uma mudança exigem tempo e preparação.
Segundo Charles Robert Darwin (1809-1882), naturalista britânico, que escreveu sobre a evolução das espécies, para chegarmos a condição humana em que nos encontramos demoramos cerca de aproximadamente dois milhões de anos. Se considerarmos apenas o surgimento do Homo Sapiens teremos que retroagir há aproximadamente 200 mil anos.
Joana de Ângelis (espírito), pela psicografia de Divaldo Franco, vem corroborar com esta idéia ao dizer que para alcançarmos o estado evolutivo do cérebro, demoramos cerca de 250 milhões de anos, que no estágio atual de desenvolvimento estamos apenas a algumas dezenas de milhões de anos.
No livro – Evolução em dois mundos – de autoria de André Luiz (espírito), psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira - Primeira Parte - Capítulo III - Evolução e Corpo Espiritual – comentando sobre os primórdios da vida o autor espiritual assim se expressa:
“Trabalhadas, no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores, permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as mônadas celestes exprimem-se no mundo através da rede filamentosa do protoplasma de que se lhes derivaria a existência organizada no Globo constituído. Séculos de atividade silenciosa perpassam, sucessivos...” (grifos nosso)
Mais adiante esclarecendo sobre a evolução no tempo explica que:
“segundo o molde mental que traz consigo, dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza as próprias aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, construindo o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões, em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o Auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma.
Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos”. (grifos nosso)
Basta lermos a obra – A caminho da luz – psicografada por Chico Xavier, ditada pelo espírito Emmanuel que teremos uma pálida idéia de quanto tempo Jesus e os arquitetos celestes do universo estão tolerando pacientemente o progresso da humanidade. Obra que aborda desde a gênese planetária, passando pelas construções celulares, os primeiros habitantes da Terra, a elaboração das formas humanas, a raça adâmica, civilização egípcia, índia, apenas para citar as mais antigas, caminhando até o século XX.
Na questão 780 de O livro dos espíritos – os espíritos esclarecem ao codificador que a evolução moral é uma consequência do progresso intelectual, não o seguindo de imediato.
Na 781 é esclarecido que o homem não pode deter a marcha do progresso, todavia, poderá, algumas vezes, travar o avanço destinado ao ser humano.
Allan Kardec, na pergunta 783, desejou saber se o aperfeiçoamento da humanidade seguiria sempre uma marcha lenta e progressiva, ao que obteve como resposta: “Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas”.(grifo nosso)
Em - O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap 20 – Os trabalhadores da última hora – fazendo uma breve análise da parábola, notaremos que os trabalhadores da última hora, estão sendo chamados há séculos para o trabalho na vinha do Senhor, contudo, não estavam preparados para a tarefa. Saulo de Tarso, após seu encontro com o Cristo na estrada de Damasco, precisou de seis anos de preparação para sair e divulgar a Boa Nova.
Analisemos a evolução do ser humano nos últimos séculos. Duas grandes guerras em que muitos países foram totalmente destruídos, necessitando de tempo para a sua reconstrução; invenção do avião; industrialização; invenção do automóvel; a evolução dos computadores; pesquisas na área da saúde; evolução tecnológica avançada e por aí vai...
Porém, devemos ter em mente que todo o conforto científico tecnológico que nos cerca precisou de tempo de pesquisas, preparo dos cientistas, horas investidas em estudos, testes, retestes, duplicação da pesquisa por outros cientistas em diversos países para se chegar a um denominador comum.
Por analogia vamos trazer o acima exposto para o contexto da evolução espiritual. É comum observarmos pessoas que, ao despertarem para os ensinamentos que a Doutrina Espírita proporciona, desejam “abraçar o mundo”, querem realizar mil e uma tarefas na casa espírita, sendo que, na maioria das vezes não tem o devido preparo. Lembremos de Paulo.
Geralmente somos imediatistas por natureza e queremos resultados rápidos. Quando não encontramos a recíproca tendemos a desanimar, abandonamos a causa que vínhamos defendendo e culpamos os dirigentes. Ora, se estou ciente da causa que abracei, cabe trabalhar a paciência e a tolerância que como diz o adágio: “Quando o trabalhador está pronto, o trabalho aparece”.
Outro ponto a refletirmos é sobre a nossa evolução moral. Quantas pessoas encontramos no meio espírita que vivem se lamentando, em tom um tanto quanto depressivo, que o umbral a espera, que não acredita ter realizado muito em seu benefício espiritual. Outros ouvem uma palestra e dizem que tudo o que foi dito é muito difícil de por em prática. Ora, quando é que vai dar o primeiro passo? Ficar se lamentando é fácil. Mãos a obra, portanto.
Já sabemos que ninguém vai fazer por nós o que nós mesmos necessitamos realizar, que não existe “Fada Madrinha com varinha de condão” e que em um toque de mágica todos os nossos problemas serão resolvidos. Problemas estes que estamos adiando há séculos e que em nada tem a ver com o outro. O problema somos nós, está em nós. Necessitamos lapidar incessantemente, incansavelmente, a pedra bruta que ainda somos se um dia desejarmos nos transformarmos em pedra preciosa.
Não melhoraremos de uma hora para outra, mas também não podemos ficar sentados esperando o tempo passar. Muito já realizamos em nós e devemos ser gratos à Divindade por nossas conquistas e assim, avançarmos sempre. A evolução não dá saltos. “Fora da caridade não há salvação”, anunciou Allan Kardec. Temos todo o conhecimento de que necessitamos para o nosso avanço moral, só depende de nós. Paz e Luz.

Fontes:
- Franco, Divaldo Pereira .Triunfo pessoal - Pelo Espírito Joanna de Ângelis
- Kardec, Allan. O Evangelho segundo o espiritismo
- Kardec, Allan. O livro dos espíritos
- Xavier, Francisco Candido. A caminho da luz – Pelo espírito Emmanuel
- Xavier, Francisco Candido / Waldo Vieira. Evolução em dois mundos – Pelo espírito André Luiz

domingo, 18 de dezembro de 2011

Milagres não existem


Por - Gilberto L. Tomasi
Muitas virtudes ou comportamentos, são vistos por nós como algo impossível de ser alcançado, algo que nunca vai ser conquistado, ou algo muito distante, previsto talvez para uma encarnação  distante anos luz da nossa realidade quando possamos nos tornar um espírito super evoluído, algo como um Buda, e quem sabe um Cristo, um ser angelical enfim. Impossível não é, ao contrário, é uma realidade demore o tempo que demorar. Porém, para poder alcançar esse objetivo temos que começar as mudanças, o momento é agora. A melhor maneira de se tornar um Buda, é viver como um Buda e seguir seus ensinamentos. A melhor maneira se tornar um Cristo é seguir seus ensinamentos. O fato é que veneramos estes espíritos superiores, mas nada fazemos para conseguirmos ser iguais a eles.
O Mestre Jesus nos fala, em Lucas 6:
46 - E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
47 - Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48 - É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.
49 - Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.
Fica muito fácil e cômodo para nós culparmos as mais diversas situações vivenciadas, por não sermos ou não agirmos como um espírito que precisa evoluir. E, mesmo quando percebemos que temos todas as condições necessárias para tal, nada fazemos, continuamos os mesmos, com as mesmas desculpas e os mesmos comportamentos.
Esperamos sempre que as situações se tornem ideais para que expressemos nossa disposição de mudar, esquecendo que as situações ideais podem ser classificadas como uma questão de preferências. Sem esquecer, que não existe vida perfeita, o que existe é a nossa capacidade de viver em harmonia, com perfeição e equilíbrio, usando nosso livre-arbítrio para vivenciar aquilo que venha de encontro com as nossas reais necessidades
Perdemos muito tempo esperando alcançar certo grau de maturidade para começarmos a viver plenamente expressando todas as virtudes que o Mestre nos ensinou, esquecendo que a maturidade não “cai do céu”. Ela tem que ser buscada dia após dia. Estamos sempre estipulando prazos e, quando eles vencem, os prorrogamos. São as chamadas justificativas necessárias para nossa incapacidade ou nossa falta de vontade de mudar.
Devemos aceitar viver a vida com os recursos que nos é possível, mas, sempre buscando melhorá-los para que não fiquemos parados em estado de letargia total esperando um “milagre” acontecer. Devemos viver o agora em plenitude. É agora que devemos expressar todas as virtudes necessárias uma mudança de hábitos, comportamentos e conduta e, se ainda não as possuímos devemos ir em busca delas.
O primeiro passo, fundamental e importante é parar de culpar os outros pelas coisas que acontecem, devemos parar de viver em função de expectativas projetadas outros e nas situações, temos que tomar as rédeas das situações tal qual elas se apresentam. Somente assim elas poderão ser mudadas, nunca antes disto, nunca enquanto essas situações forem justificadas pela culpa dos outros, das condições externas, etc.
Não temos o direito e nem podemos mudar ninguém, temos que mudar a nós mesmos. Quando mudamos interiormente e de forma radical, o mundo à nossa volta também muda, as pessoas mudam, tudo muda.
Todas as condições que colocamos para vivermos dentro de uma conduta normal baseada no bom relacionamento interpessoal, necessárias para a boa convivência com nossos semelhantes e consequentemente nossa partida para a reforma íntima é apenas uma desculpa pela nossa incapacidade de reação, transferindo para o outro um problema que é nosso.
Lembremos que dependemos somente nós mesmos, nós é que devemos nos resolver internamente. Devemos trabalhar nossos problemas e dificuldade pois eles são nossos.
Precisamos parar de encontrar desculpas, de cobrar, de criticar, de transferir responsabilidade. Devemos viver e agir de forma coerente, sendo bom para com os outros e severos para conosco, sem desculpas, pretextos ou explicações.
Esquecemos no entanto, que ao continuarmos vivendo da mesma forma sem um mínimo de vontade de mudar,inertes diante de uma realidade natural e necessária que é a evolução do espírito, os resultados serão os mesmos, ou seja, nenhum progresso. É necessário morrer de instante em instante, renascendo mais consciente para as realidades que nos envolvem.
Chega de viver uma espiritualidade apenas teórica, é preciso vivê-la também na prática, baseada nas realidades do dia-a-dia. De nada adianta freqüentar palestras, seminários, cultos, missas, cursos, sem que esses os ensinamentos adquiridos sejam transformados em realidade que nos levará a uma transformação que fará com que consigamos iniciar os passos evolutivos do espírito.
Os espíritos angelicais deixaram como exemplo e ensinamento a renúncia. Porém, não aceitamos renunciar a nada seja em termos morais ou materiais, estamos sempre em busca de uma espiritualidade que seja conveniente com os nossos interesses, que atenda aos nossos desejos imediatos. Assim agindo, continuamos a nos auto-enganar, não aceitando a realidade e pior, achando que estamos evoluindo, que já somos espiritualizados o necessário para acompanharmos  esse processo de transformação que a Terra está passando.
Ainda temos bastante dificuldades em encontrar um norte, trilhar um caminho, colocamos em dúvida aquilo que a Doutrina dos Espíritos nos apresenta, ficamos encima do “muro” esperando um milagre.
Não esqueçamos as palavras de Joana de Angelis quando nos alerta para escolhermos um caminho seja ele qual for e seguir adiante, pois não é possível seguir vários ou mais ao mesmo o tempo. Se der errado, volte e comece tudo novamente.

Darwin e Kardec


Autor desconhecido - Enviado por Gilberto Tomasi

     Em 24 de novembro de 1859, foram colocados à venda nas livrarias de Londres, 1250 exemplares de um recente livro que veio apresentar um novo paradigma científico para a humanidade.
     O editor não acreditava na aceitação da obra; daí ser reduzida a sua tiragem. Mas ele estava enganado. A edição esgotou-se rapidamente, bem como dezenas de reedições em vários idiomas. Seria um dos livros mais famosos do século XIX. Seus conceitos revolucionariam o pensamento científico.
     O nome do autor: Charles Darwin; o nome do livro: “A Origem das Espécies.” Nele, o naturalista inglês expunha uma teoria que desenvolvera em trinta anos de exaustivos labores e pesquisas, segundo a qual tudo que vive está sujeito a constantes mutações. O aparecimento do Homem foi a culminância de um lento processo de evolução, iniciado há bilhões de anos com organismos unicelulares, e o último elo na imensa cadeia, antes do “Homo Sapiens,” foram os símios antropóides. Naquele momento, religiosos e alguns cientistas reagiram, alegando uma rematada tolice o homem descender dos macacos. Darwin seria para eles um gozador, um homem sem Deus.
     Podemos admitir que o motivo principal de tantos pronunciamentos contrários foi o terrível golpe desfechado contra o orgulho humano. O homem considerava-se um ser à parte, algo de especial. Achava que estava situado no ápice daquela pretensa evolução biológica. Repugnava-lhe a idéia de que era um parente próximo dos macacos, que o homem, o Rei da Criação, já nascia pronto e acabado.
     Renhidas discussões existiram sobre esta teoria durante décadas. Com o tempo ela foi se firmando e outros cientistas foram confirmando-a como um conceito científico válido. O próprio pensamento religioso admite hoje, com a exceção de correntes mais retrógradas, que a Teoria da Evolução não compromete em absoluto os textos bíblicos.
     O escritor Espírita Richard Simonetti, do Brasil, informa-nos que a Bíblia não deve ser tomada ao pé da letra, sob pena de cair-se no ridículo. Assim, os seis dias da Criação segundo o Gênesis, representam, na realidade, períodos de milhões de anos em que, na oficina da criação, Deus preparou a entrada do Homem no cenário terrestre.
     O mais interessante é registrar que Darwin foi contemporâneo de Allan Kardec e, este último, em Paris, a 18 de Abril de 1857, lançou o primeiro livro, obra conhecida mundialmente como “O Livro dos Espíritos”. Depois de outros livros, escreveu a “A gênese”, no qual não só admite que há uma evolução das formas físicas,  como lança um conceito muito mais amplo, segundo o qual há, igualmente, uma evolução espiritual. O Espírito também vem de expressões rudimentares e se aperfeiçoa, através de experiências milenárias, vividas em vários planos até atingir à perfeição.
     O princípio da evolução espiritual de Kardec foi tão combatido quanto foram as idéias de Darwin. Atualmente, as diversas correntes de pensadores  e cientistas afirmam que o Espírito humano não é uma criação pronta e acabada por Deus. A evolução é constante  e sempre em busca de aprimoramento. Podemos admitir que se Deus levou bilhões de anos para a chegada do princípio inteligente até a encarnação do ser humano, acreditamos que a  evolução do Espírito é uma constante na Terra e no espaço. Em contrapartida, o corpo físico, aqui na Terra, está sempre melhorando em cada reencarnação, e, quanto mais evoluído for o Espírito, mais bonito e saudável o corpo material será.
     Por esta razão, a Doutrina dos Espíritos esclarece-nos que o Espírito passa pelos mundos inferiores e pelas formas mais simples do primitivismo, como princípio inteligente do Universo a ser inteligente da criação (que já somos nós, encarnados ou desencarnados) até atingir à perfeição. Para chegarmos à almejada perfeição, precisamos não só trabalhar na nossa reforma íntima, mas também, desenvolvermos os melhores sentimentos de caridade, fraternidade e humanidade, em qualquer lugar do Planeta. Estes princípios estão assentados nos ensinos de Jesus. “Amar a Deus, a sua obra e preservar a natureza, a ecologia e ao próximo como a nós mesmos.” Por tudo isto, o Espiritismo proclama a evolução do Espírito pelo amor e pelo conhecimento das Leis Divinas que nos regem na evolução, eliminando, assim, o egoísmo no homem e as emoções inferiores que com elas torna-se mais demorado o encontro da Plenitude Divina.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Preparação para o Natal


Por - Gilberto L. Tomasi
  É notório, que o clima de natal já começa a tomar conta na vida das pessoas, começamos a presenciar atos de comemorações, festividades e principalmente assistimos o comércio abundante em torno da data em grande ebulição. Não sou muito adepto a trocas de  presentes e abraços somente nestas ocasiões, mas, não sou eu quem vai estragar a festa , pois ela existe e faz parte das nossas necessidades, até porque, há quem só lembre dos seus semelhantes somente nestas ocasiões.
  Para a maioria, natal é sinônimo de família, de união, de aproximação das pessoas, dando a idéia de que no final das contas tudo se realizou de forma perfeita durante o ano que está terminando. Todos se deixam contagiar pelo clima natalino, abraços, afagos, lágrimas e, é claro, os presentes, além da mesa farta.
 No entanto, infelizmente é bom lembrarmos que em relação à família, ainda existem dois conceitos: A minha família e a tua família, e que cada um se reúna, ou melhor, festeje e celebre o natal com a sua.
  Esquecemos, de fazer uma reflexão sobre os 365 dias passados, esquecemos que pode ter faltado abraços de solidariedade naqueles momentos de derrotas, de tristezas, de fracassos, de perdas, sim, porque também nestas ocasiões deveríamos agir como se fosse natal, também deveríamos  nos  abraçar  quando as dificuldades aparecessem.
  Mas, nos deixamos envolver pela correria, pela compra dos presentes, pelas festividades natalinas, pela agitação que anuncia mais um final de ano, como se isso resolvesse todos os nossos problemas, e que a partir de 01 de janeiro será vida nova. Esquecemos que essas festividades são apenas uma convenção humana, pois para o espírito isto não tem valor nenhum.
 Mas, voltemos ao natal. É preciso que tenhamos mais consciência, que não nos deixemos levar simplesmente como pedras que, no rio, são carregadas pela correnteza da água, como diz o ditado.
 É necessário programar nosso tempo, nossa vida, pensar bem no que precisa ser feito e na maneira de como fazer, para  quando chegar o natal, essa comemoração possa ser um pouco mais real e sincera. Devemos pensar no  significado que essa convenção representa e, o que representam aquelas pessoas que nos rodeiam durante a ceia, o que elas significam para nós, o que desejamos para elas.
  A sociedade impôs o hábito da troca de presentes nesta ocasião, como se isto fosse de fato resolver e apagar todas as diferenças existentes. Porque não transformar a noite de celebração do natal em algo mais do que uma mesa farta e uma simples troca de presentes, de gentilezas, as vezes falsas, em algo que realmente acrescente o verdadeiro espírito natalino.
  Não deixemos que o natal tenha apenas um significado meramente comercial e ilusório em relação à família, pensemos um pouco mais no personagem principal que representa esta data, aquele que deveria nortear nossos passos, para chegarmos na noite de natal carregados de sentimentos nobres e fraternos, com presentes, sim, mas principalmente com amor no coração para dar aqueles que formam nossa família. Isto, para ficar somente na família de sangue, pois ao contrário, seria divagar na utopia.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A importância da meditação - Aspectos científicos e espirituais


Por – Joilson José Gonçalves Mendes

Cada vez mais a meditação é objeto de estudo dos cientistas. Conhecer os meandros da mente humana, seus mecanismos e potencialidades, sempre foi e continuará sendo fator preponderante na busca pelo saber. O que até há pouco tempo era assunto de “hippies”, hoje passou a ser de interesse da classe científica. Quais as vantagens em se praticar meditação? Será possível obter algum benefício? Quais? E do lado espiritual, como atua, em nosso ser, os efeitos da prática meditativa? De que maneira a meditação influencia em nossa evolução espiritual? Que este texto possa promover algumas reflexões em torno das questões levantadas.
Primeiramente apresentaremos alguns conceitos do que é meditação; em seguida demonstraremos alguns dados de pesquisa sobre os efeitos da prática em nosso organismo e seus benefícios; teceremos alguns comentários no que concerne a evolução espiritual; algumas reflexões baseadas no livro Mecanismos da Mediunidade, em uma tentativa de explicar o “como” atua, em nosso interior, a prática da meditação; e por fim alguns dados relativos ao tempo de prática.
Segundo Yogi Bhajan – PhD - “Meditação é um processo através do qual podem ser resolvidos conflitos e males, ao invés de vivermos com eles por toda a vida”.
Para Amit Goswami – Ph D - “A meditação é um modo de intervir em nossos padrões condicionados”.
Por sua vez, Osho explica que “Meditação é simplesmente ser, sem fazer nada – nenhuma ação, nenhum pensamento, nenhuma emoção. Você apenas é, e é puro prazer”.
Joana de Ângelis (espírito), por intermédio da mediunidade de Divaldo Franco faz a seguinte menção: “Meditar significa reunir os fragmentos da emoção num todo harmonioso, que elimina as fobias e as ansiedades, liberando os sentimentos que encarceram o indivíduo, impossibilitando-lhe o avanço para o progresso”.
O interessante de se observar é que os conceitos apresentados estão em comum acordo ao caracterizar a meditação como um processo de autocura, em que o praticante dedicado e disciplinado poderá se livrar dos bloqueios cristalizados em sua psique, tornando-se uma pessoa melhor e livre de amarras emocionais e psicológicas.
Hoje podemos observar, por meio de dados cientificamente demonstrados, que a prática constante da meditação auxilia no processo de crescimento, discernimento e lucidez do ser humano. Estudos demonstraram que durante a meditação, ocorre uma diminuição das atividades elétricas da região do lobo parietal. Segundo os estudos efetuados nesse campo, tem-se observado que esta é a região do cérebro responsável pela sensação de unidade que surge em alguns praticantes. É quando a pessoa percebe que transcendeu o plano físico e encontra-se em união com o cosmos, relato muito comum entre místicos e religiosos.


Algumas alterações fisiológicas decorrentes da prática meditativa, observadas pelos cientistas:
- redução da frequência cardíaca;
- alteração do fluxo sanguineo encefálico;
- alteração da atividade eletroencefálica;
- modificações das substâncias neurotransmissoras;
- variações hormonais;
- redução da temperatura corporal;
- aumento no volume sanguineo;
- alteração dos sentidos e das percepções; e
- quedas na produção de gás carbônico.
O Dr Dharma Singh Khalsa, pesquisador e praticante de Kundali Yoga, observou que durante a prática meditativa ocorre o estado hipometabólico, que é a diminuição do consumo de oxigênio, notou, ainda, as seguintes alterações:
- aumento da energia física;
- diminuição do lacto sanguineo, substância relacionada com a ansiedade;
- diminuição da frequência cardíaca (3 batimentos por minuto);
- aumento da melatonina; este é o hormônio do sono e também está relacionado com a glândula pineal, que é a glândula responsável pelos fenômenos mediúnicos/espirituais; e
- aumento do tempo de vida
O Dr Khalsa realizou um experimento com tomografia computadorizada em que mostra a fotografia do cérebro de um praticante de meditação antes e depois de 11 (onze) minutos de uma técnica de meditação chamada Kirtan Kriya. Observe as imagens do cérebro do praticante, parece ter ocorrido uma mudança física na estrutura cerebral.

(Após 11 minutos de meditação Kirtan Kriya)
http://www.drdharma.com/utility/showArticle/?objectID=249 – acessado em 23 Nov 2011.

Segundo o Dr Khalsa, uma pesquisa com 2.000 pessoas demonstrou que meditadores tinham 80% (-) doenças coronárias e 50% (-) câncer. Em outro estudo notou-se um aumento do hormônio esteróide DHEA (desidroepiandrosterona) - considera-se que 50% dos hormônios masculinos e 70% dos hormônios femininos são derivados da DHEA. Para termos uma pequena noção da importância deste hormônio em nosso organismo vejamos como se processa a sua declinação com o passar dos anos. É considerado que aos 40 anos, o organismo produz metade da DHEA que produzia antes. Já aos 65 anos a produção cai para 10 a 20% da quantidade considerada ideal e aos 80, cai para menos de 5% deste nível.
Um estudo realizado com meditadores que tinham mais de 45 anos revelou que:
Homens tinham 23% (+) DHEA
Mulheres tinham 47% (+) DHEA
Em relação aos que não praticavam meditação
Outro estudo realizado com idosos residentes em casas de apoio, separaram dois grupos, um grupo meditava e outro não. Após 3 anos, ninguém entre os meditadores morreu; porém 33% do outro grupo havia morrido.
Em suas pesquisas, o Dr Dharma Singh Khalsa, ainda verificou que:
75% dos que sofrem de insônia conseguiam dormir normalmente;
34% das pessoas com dor crônica diminuíam o uso de analgésico; e
35% das mulheres com diagnóstico de infertilidade engravidavam.
Até este ponto mostramos um pouco do que os cientistas tem encontrado sobre os benefícios da prática meditativa em nossa vida. Agora, verificaremos como estes efeitos influenciam em nosso progresso espiritual. Encontramos na obra Consciência e Mediunidade do Projeto Manoel Filomeno de Miranda a frase:
“A Meditação tem sido pouco examinada em nossos arraiais espíritas e menos ainda praticada”.

Joana de Angelis, em O Ser Consciente nos apresenta a seguinte assertiva:
“A meditação ajuda-o a crescer de dentro para fora, realizando-se em amplitude e abrindo-lhe a percepção para os estados alterados de consciência”.

Na obra Vida Desafios e Soluções a autora espiritual explica que:
“Em um nível mais profundo, a meditação é-lhe o instrumento precioso para a auto-identificação, por facultar-lhe alcançar as estruturas mais estratificadas da personalidade, revolvendo os registros arcaicos que se lhe transformaram em alicerces geradores da conduta presente”.

“Esse mergulho consciente nas estruturas do eu total, faculta a liberação das imagens conflitantes do passado espiritual e do presente próximo, ensejando a harmonia de que necessita para a preservação da saúde então enriquecida de realizações superiores”.
(grifos nosso)
Ao analisarmos os parágrafos acima algumas reflexões surgem na mente:
Considerando que ao realizarmos uma prática de meditação mexeremos em nosso “baú de coisas velhas” e que revolveremos as lembranças do passado, mesmo que não saibamos em que exatamente estaremos mexendo; e que ocorrerá a liberação dessas memórias do pretérito, que por vezes nos atrapalha o processo de evolução; o que acontece em nosso interior para que ocorra essa cura? Onde, em nossa estrutura espiritual, essas lembranças ficam registradas e que chegam a nos prejudicar física, psíquica e espiritualmente? Existem outras correntes de estudos que possam explicar esse processo?
Sem aprofundarmos muito no assunto podemos fazer relações do que Joana de Ângelis fala com alguns ensinamentos. Wilhelm Reich (24 de Março de 1896 – 3 de Novembro de 1957) foi um psiquiatra e psicanalista austríaco-americano, desenvolveu o conceito de Couraças. As Couraças são bloqueios energéticos criados pelo ego e que refletem em nosso corpo físico. Uma maneira de trabalhar o desbloqueio das Couraças é com a Bioenergética. Em uma visão espiritual podemos dizer que esse tipo de defesa do ego está relacionado com os problemas que criamos em existencias anteriores, vindo a manifestar na existencia atual. Outro ponto que podemos associar é com o método de expansão da consciência chamado Sistema Isha. O sistema Isha foi desenvolvido por uma australiana que após passar alguns anos nos Himalaias estudando com os mestres Ishayas e vivenciar a experiência da autorealização (iluminação), desenvolveu seu próprio sistema de trabalho interior. Alguns praticantes deste sistema afirmam que durante a prática sentem leves dores pelo corpo e que estas dores parecem caminhar pelo corpo físico até que, utilizando das técnicas específicas, desaparecem; é neste momento que ocorrem as curas dos processos internos que carregamos. Alguns mestres de meditação afirmam que aquele que pratica meditação de maneira continuada e disciplinada, chega a um ponto em que começa a sentir dores pelo corpo e que estas dores representam a eliminação dos nossos conflitos interiores. Lembramos, ainda, que a Doutrina Espírita ensina que as nossas enfermidades encontram-se registradas no perispírito, podendo ou não vir a manifestar-se no corpo físico e que o períspírito está ligado célula a célula em nosso corpo físico. Assim, nos parece que o acima exposto está perfeitamente em acordo com os ensinamentos que o espiritismo nos proporciona. Contudo, ainda nos resta tentar responder o “Como?” ocorre essa liberação do conteúdo psíquico, registrado em nosso períspirito talvez há séculos.
Na tentativa de procurar uma resposta a essa questão, encontramos no livro Mecanismos da Mediunidade, em seu capítulo 4, Matéria Mental, mais especificamente no ítem que trata da matéria mental e matéria física, a seguinte explicação de André Luiz:
“Em posição vulgar, acomodados às impressões comuns da criatura humana normal, os átomos mentais inteiros, regularmente excitados, na esfera dos pensamentos, produzirão ondas muito longas ou de simples sustentação da individualidade, correspondendo à manutenção de calor. Se forem os elétrons mentais, nas órbitas dos átomos da mesma natureza, a causa da agitação, em estados menos comuns da mente, quais seriam os de atenção ou tensão pacífica, em virtude de reflexão ou oração natural, o campo dos pensamentos exprimir-se-á em ondas de comprimento médio ou de aquisição de experiência, por parte da alma, correspondendo à produção de luz interior. E se a excitação nasce dos diminutos núcleos atômicos, em situações extraordinárias da mente, quais sejam as emoções profundas, as dores indizíveis, as laboriosas e aturadas concentrações de força mental ou as súplicas aflitivas, o domínio dos pensamentos emitirá raios muito curtos ou de imenso poder transformador do campo espiritual, teoricamente semelhantes aos que se aproximam dos raios gama.
Assim considerando, a matéria mental, embora em aspectos fundamentalmente diversos, obedece a princípios idênticos àqueles que regem as associações atômicas, na esfera física, demonstrando a divina unidade de plano do Universo”. (grifos nosso)

Colaborando com o texto de André Luiz que foi escrito em 1959, segundo DANUCALOV (2006), pesquisadores detectaram nos monges budistas em meditação o aparecimento de ondas gama. Então vejamos:
André Luiz afirma que em “aturadas concentrações de força mental...” fazemos vibrar o núcleo do átomo mental que emitirá ondas curtas que são semelhantes aos raios gama e estes ocasionam “imenso poder transformador do campo espiritual”. O que me pergunto é se não estaria aí a resposta para o que Joana de Ângelis vem explicando em sua série psicológica ao esclarecer que a prática da meditação revolve os registros do inconsciente, liberando as imagens conflitantes da nossa psiquê. Fato que os monges budistas, mestres orientais e tantos outros já conhecem pela experiência prática? Outro questionamento é: Até quando negligenciaremos a prática da meditação? Entendo que posso estar equivocado nesta reflexão, contudo, me parece muito lógica a montagem deste mosaico e deixo para você leitor (a) buscar novas reflexões e compreensões em relação ao tema que é amplo, fascinante e de um horizonte infinito de possibilidades.
Abordaremos agora um fator “desmotivador” para algumas pessoas que dizem “querer” iniciar a prática da meditação, mas não encontra “tempo”. Segundo estudos em Kundalini Yoga a prática meditativa apresenta efeitos em nosso organismo a partir de três minutos.
03 minutos, afeta a circulação e a química do sangue;
11 minutos, interferimos no sistema glandular e imunológico;
22 minutos, as 03 mentes trabalham integradas;
31 minutos, interferimos nos elementos Terra, Água e Fogo, mudamos nossa estrutura;
62 minutos, interferimos no subconsciente; e
2 h e ½, interferimos no campo eletromagnético e mantemos as mudanças no subconsciente.
Acredito que todos nós, por mais ocupados que sejamos, conseguimos dispor de três minutos para realizar uma prática meditativa, você pode acordar mais cedo, dormir mais tarde, aproveitar o intervalo do almoço, se você utiliza o transporte coletivo poderá praticar durante o trajeto, enfim cabe a cada um escolher o melhor momento do seu dia e separar apenas três minutos para fazer um mergulho em seu interior e descobrir-se.
Outro ponto é em relação ao número de dias e o efeito ocasionado em nossa estrutura psicológica. Ainda, segundo a tradição de Yoga citada acima, se praticarmos por dias consecutivos obteremos os seguintes resultados:
40 dias, altera os antigos padrões psíquicos, mudança de hábitos.
90 dias estabiliza um novo patamar de funcionamento psíquico, confirma novos hábitos.
120 dias incorporam-se novos hábitos.

Curiosidade:
Segundo
DANUCALOV (2006), monges budistas treinados na prática de “Tum-mo yoga” conseguem controlar o metabolismo e a temperatura do corpo. No Himalaia, a uma temperatura de 4,4º C, alguns monges foram enrolados em cobertores molhados. Três a cinco minutos após iniciarem a prática meditativa era visível a evaporação da água, e em aproximadamente 45 min., a temperatura elevada de seus corpos havia secado completamente os cobertores. Os monges repetiram esta experiência por três vezes seguidas, sem ter sido presenciada qualquer sensação de frio manifestada por eles.

55. Qual o prejuízo de se não meditar?
R: Quem caminha sem meditar, perde o contato consigo mesmo. (Consciência e Mediunidade – pg 117)

FALA MENOS, DORME UM POUCO MENOS E MEDITA MAIS.
(Consciência e Mediunidade – pg 118)

“Os pensamentos e sentimentos, inicialmente, serão parte da meditação, até o momento em que já não lhe é necessário pensar ou aspirar, mas apenas ser”. Joana de Ângelis

“A meditação, portanto, não deve ser um dever imposto, porém, um prazer conquistado”. Joana de Ângelis

Para iniciar a sua prática meditativa de três minutos, basta você sentar, manter a coluna reta, sem manter contato com o encosto da cadeira ou poltrona, mãos apoiadas sobre as coxas, pés chapados no chão, recolher levemente o queixo e focar a sua atenção no centro da testa, entre as sobrancelhas, no ajna chakra e prestar atenção em sua respiração, perceba o ar que entra e o ar que sai, sempre mantendo a sua postura ereta, elegante e confortável. Boa prática!

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

1.      GOLEMAN, Daniel. A arte da meditação – Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
2.      GOSWAMI, Amit. A janela visionária – Um guia para a iluminação por um físico quântico – 2ª ed - São Paulo, Cultrix, 2005.
3.      DANUCALOV, Marcello Árias Dias. Neurofisiologia da meditação: investigações científicas no yoga e nas experiências místico-religiosas: a união entre ciência e espiritualidade. São Paulo, Phorte, 2006.
4.      KHALSA, Dharma Singh e CAMERON, Stauth. Longevidade do cérebro – Rio de Janeiro, Objetiva, 2005.
5.      ANGELIS, Joanna de (Espírito). O Ser Consciente. Psicografado por Divaldo P. Franco. Salvador – BA, Liv. Espírita Alvorada, 1995.
6.      ANGELIS, Joanna de (Espírito). Vida desafios e soluções. Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Salvador – BA, Liv. Espírita Alvorada, 1997.
7.      LUIZ, André (Espírito). Mecanismos da Mediunidade. Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira. 12ª Ed. SP, FEB, 1991.
8.      Projeto Manoel Philomeno de Miranda. Consciência e Mediunidade. 3ª Ed. Salvador – BA, Liv. Espírita Alvorada, 2003.
9.      Site: http://www.drdharma.com/utility/showArticle/?objectID=249 – acessado em 23 de novembro de 2011.
10.  Site: http://www.isha.com/new/contenido.php?seccion=home

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Convite

Errar é humano?


Por – Joilson José Gonçalves Mendes

Normalmente ouvimos ou pronunciamos as seguintes frases: “Errar é humano”. “Errei por que sou humano”. “Errar é da natureza humana”. O que me pergunto é: “Até quando persistiremos nesta situação”? E você poderá questionar: “Em qual situação? Na de errar ou na de ser humano”? E eu te respondo: “Na de ser humano”.
Você está achando meio confuso? Conversa de louco? Calma, explico:
Pergunto a você: “O que você é? a) Um ser humano vivendo uma “aventura”/experiência espiritual? Ou b) Um ser espiritual vivendo uma “aventura”/experiência humana”?
Se a sua resposta for a letra a) paramos a conversa por aqui e concordarei com a expressão “Errar é humano”. Mas, se a sua resposta for a letra b) não há como concordar com a frase em questão.
Sendo seres espirituais ou mais especificamente como nos ensina a Doutrina Espírita, princípio inteligente individualizado, ainda vivenciamos uma experiência humana por que erramos. E como erramos! Quando deixarmos de errar, também deixaremos de reencarnar neste corpo denso.
É imperativo que nos conscientizemos da nossa verdadeira natureza, que somos seres espirituais em evolução e tendemos a categoria de espíritos puros. Todavia, para chegarmos a essa categoria necessário se faz que busquemos as correções de nossas mazelas, precisamos aparar as nossas arestas, nos lapidarmos dia-a-dia.
Não podemos mais justificar os nossos erros com a frase acima. Se ainda permanecemos na condição de humanos é porque estamos deixando de fazer algo em benefício da nossa evolução. Sabemos que a evolução não dá saltos, mas também, não podemos caminhar a passos de tartaruga. Os seres espirituais que habitam o planeta Terra chegaram a um nível de evolução em que a informação, seja no campo material ou no campo espiritual, está avançada a ponto de se conscientizar do real objetivo de sua estada neste tipo de planeta.
Aqueles que ainda persistem no erro serão, pouco a pouco, excluídos e habitarão um planeta em condições primitivas. Não que isto seja um castigo, mas devido às condições fluídicas em que a nova Terra se encontrará. A vibração da Terra estará tão elevada que a frequência daqueles seres que deixaram de acompanhar a mudança de vibração do planeta, não suportará a permanência no globo terreno, tendo que habitar um planeta de vibração condizente com a sua evolução.
O pronunciamento do mestre Jesus no Sermão da Montanha é mais atual e iminente do que pensamos. "Bem aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra." (Mateus, 5:5). Contudo, se continuarmos a repetir que erramos por que somos humanos, cristalizaremos em nossa psique a condição de continuarmos neste estágio de evolução, o que dificultará, ainda mais, o processo evolutivo.
André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade, ensina que somos seres condicionados e que ao nos comprazermos nas atividades menos elevadas, sejam de qual for a sua natureza, estabelecemos em nós o condicionamento de hábitos que geram enfermidades diversas. Vejamos o texto abaixo.
“Pensando ou conversando constantemente sobre agentes enfermiços, quais sejam a acusação indébita e a crítica destrutiva, o deboche e a crueldade, incorporamos, de imediato, a influência das criaturas encarnadas e desencarnadas que os alimentam, porque o ato de voltar a semelhantes temas, contrários aos princípios que ajudam a vida e a regeneram, se transforma em reflexo condicionado de caráter doentio, automatizando-nos a capacidade de transmitir tais agentes mórbidos, responsáveis por largo acervo de enfermidade e desequilíbrio”. (grifos nosso)
Diante do exposto podemos inferir que nossos comportamentos, pensamentos e palavras são diretamente responsáveis por continuarmos nesta lamentável condição de humanos. Mudemo-los, portanto, para que possamos acelerar o nosso processo de evolução, conquistarmos o direito de seres espirituais evoluídos e habitarmos um mundo melhor.

Fontes:
- Kardec, Allan. O Evangelho segundo o espiritismo
- Kardec, Allan. O livro dos espíritos
- Xavier, Francisco Candido. Mecanismos da mediunidade – Pelo espírito André Luiz
- Franco, Divaldo Pereira. Transição Planetária – Pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda

sábado, 12 de novembro de 2011

Convivência pacífica


Por - Gilberto L Tomasi       
    O egoísmo, o orgulho e seus derivados criam e consolidam incontáveis barreiras que dificultam o aprimoramento das relações humanas. Algumas, mais comuns; outras, mais raras. Todas, no entanto, complexas e difíceis de serem superadas.
   Todos nós, diariamente nos deparamos com algumas situações que requer um certo esforço, bastante jogo de cintura para que o problema seja resolvido, ou no mínimo, contornado. Existe um universo de relações que acontecem na vida do homem, obrigando-o a aturá-las compulsoriamente. Ninguém se livra do laço de sangue ou de alguma outra situação  especialmente colocada em seu caminho para toda uma vida. Difícil se torna a reforma íntima  nesse setor amargo do coração.
   O importante é cada um ter noção de que nada acontece por acaso e para tudo há uma explicação e uma forte razão de ser. Portanto, aceitar tal propósito do destas situações é o primeiro passo para superar divergências aparentemente instransponíveis.
   Vitorioso é aquele que consegue acatar o desígnio divino que o colocou ao lado de determinada pessoa  ou situação que julga insuportável. Aliás, a mesma sensação pode ter ela a seu respeito. Por que não se livrar de um desgastante processo de mútua vibração negativa?
   Quem dará o primeiro passo? É outro obstáculo a ser superado no caminho dos que praticam a renovação do seu âmago. Torna-se conveniente, se não consegue dar o primeiro passo rumo à conciliação, o indivíduo não fechar a porta ao outro que, com dificuldade, quer dar início à recomposição dos laços afetivos entre ambos.
   Se não se sente com capacidade ou força de vontade suficiente para dar o primeiro empurrão em direção à indulgência, por que impedir que o semelhante o faça? Não é mais fácil deixar que ele tome a iniciativa?  Se é, por que não aceitar o seu gesto com bom senso e parcimônia? Outra indagação pode surgir nesse contexto: e se ambos não quiserem dar o primeiro passo conciliador? É sinal de que ainda não compreenderam, de fato, a importância de acatarem os sábios caminhos traçados pela lei de ação e reação. Assim correndo, ao menos dêem ao tempo o benefício da dúvida e deixem-no agir. Nada melhor do que o passar dos dias e mesmo dos anos, sem vibrações negativas, em posicionamento neutro, para curar as feridas e remediar os males do coração.
   Barreira das mais árduas a transpor é a da hostilidade. Inimigos, adversários (ou quaisquer outros posicionamentos não cristãos) que cultivam esse sintoma, deixando-o proliferar, estão espiritualmente mais enfermos do que se julgam. Afastar-se da agressividade somente traz benefícios ao ser humano, pois deixa de fazer suar frio o desafeto que vê o rival; impede a taquicardia nos encontros de qualquer espécie; faz cessar o mau humor que invade o interior do antagonista somente ao pensar que vai avistar-se com o opositor, enfim, garante-lhe a saúde física e mental. Abandonar o lado hostil que o cerca é vantagem ao próprio encarnado.
   Conviver com o inimigo é imperativo. Não se rompe com os sentimentos negativos caso não haja o exercício das disposições afetivas positivas. Portanto, no campo da reforma íntima, não é o mero afastamento que trará a tão almejada paz àqueles que se odeiam. É condição necessária o convívio, mesmo que, inicialmente, difícil. O passar do tempo, com ânimo regenerador, fará com que do ódio passe o homem à indiferença e desta ao amor.
   Pensar que essa renovação interior é impossível de alcançar é outra barreira que o indivíduo enfrenta na reforma do seu comportamento. Nada é irrealizável nesse campo, em qualquer dos planos da vida.  Aliás, nenhum fardo é por Deus permitido a quem não possa carregá-lo.
   O Ser humano é, de regra, um censor muito severo. Exige uma postura claramente amistosa (sua ou do outro) em variadas relações, pois, do contrário, julga-se incapaz de conquistar alguém ou ser por essa pessoa conquistado. Calma e perseverança são elementos inafastáveis a quem pretenda superar as próprias dificuldades -  e compreender as dos outros.
   Sentir-se o homem um aprendiz na senda da reforma íntima facilita  -  e muito  -  o seu trabalho. Disposição para conhecer o que não sabe e vivenciar novas experiências são indispensáveis ao construtor de uma nova personalidade.

Compilado do Livro Fundamentos da Reforma íntima. (Abel Glaser  -  Caibar Schutel, espírito)