domingo, 18 de dezembro de 2011

Darwin e Kardec


Autor desconhecido - Enviado por Gilberto Tomasi

     Em 24 de novembro de 1859, foram colocados à venda nas livrarias de Londres, 1250 exemplares de um recente livro que veio apresentar um novo paradigma científico para a humanidade.
     O editor não acreditava na aceitação da obra; daí ser reduzida a sua tiragem. Mas ele estava enganado. A edição esgotou-se rapidamente, bem como dezenas de reedições em vários idiomas. Seria um dos livros mais famosos do século XIX. Seus conceitos revolucionariam o pensamento científico.
     O nome do autor: Charles Darwin; o nome do livro: “A Origem das Espécies.” Nele, o naturalista inglês expunha uma teoria que desenvolvera em trinta anos de exaustivos labores e pesquisas, segundo a qual tudo que vive está sujeito a constantes mutações. O aparecimento do Homem foi a culminância de um lento processo de evolução, iniciado há bilhões de anos com organismos unicelulares, e o último elo na imensa cadeia, antes do “Homo Sapiens,” foram os símios antropóides. Naquele momento, religiosos e alguns cientistas reagiram, alegando uma rematada tolice o homem descender dos macacos. Darwin seria para eles um gozador, um homem sem Deus.
     Podemos admitir que o motivo principal de tantos pronunciamentos contrários foi o terrível golpe desfechado contra o orgulho humano. O homem considerava-se um ser à parte, algo de especial. Achava que estava situado no ápice daquela pretensa evolução biológica. Repugnava-lhe a idéia de que era um parente próximo dos macacos, que o homem, o Rei da Criação, já nascia pronto e acabado.
     Renhidas discussões existiram sobre esta teoria durante décadas. Com o tempo ela foi se firmando e outros cientistas foram confirmando-a como um conceito científico válido. O próprio pensamento religioso admite hoje, com a exceção de correntes mais retrógradas, que a Teoria da Evolução não compromete em absoluto os textos bíblicos.
     O escritor Espírita Richard Simonetti, do Brasil, informa-nos que a Bíblia não deve ser tomada ao pé da letra, sob pena de cair-se no ridículo. Assim, os seis dias da Criação segundo o Gênesis, representam, na realidade, períodos de milhões de anos em que, na oficina da criação, Deus preparou a entrada do Homem no cenário terrestre.
     O mais interessante é registrar que Darwin foi contemporâneo de Allan Kardec e, este último, em Paris, a 18 de Abril de 1857, lançou o primeiro livro, obra conhecida mundialmente como “O Livro dos Espíritos”. Depois de outros livros, escreveu a “A gênese”, no qual não só admite que há uma evolução das formas físicas,  como lança um conceito muito mais amplo, segundo o qual há, igualmente, uma evolução espiritual. O Espírito também vem de expressões rudimentares e se aperfeiçoa, através de experiências milenárias, vividas em vários planos até atingir à perfeição.
     O princípio da evolução espiritual de Kardec foi tão combatido quanto foram as idéias de Darwin. Atualmente, as diversas correntes de pensadores  e cientistas afirmam que o Espírito humano não é uma criação pronta e acabada por Deus. A evolução é constante  e sempre em busca de aprimoramento. Podemos admitir que se Deus levou bilhões de anos para a chegada do princípio inteligente até a encarnação do ser humano, acreditamos que a  evolução do Espírito é uma constante na Terra e no espaço. Em contrapartida, o corpo físico, aqui na Terra, está sempre melhorando em cada reencarnação, e, quanto mais evoluído for o Espírito, mais bonito e saudável o corpo material será.
     Por esta razão, a Doutrina dos Espíritos esclarece-nos que o Espírito passa pelos mundos inferiores e pelas formas mais simples do primitivismo, como princípio inteligente do Universo a ser inteligente da criação (que já somos nós, encarnados ou desencarnados) até atingir à perfeição. Para chegarmos à almejada perfeição, precisamos não só trabalhar na nossa reforma íntima, mas também, desenvolvermos os melhores sentimentos de caridade, fraternidade e humanidade, em qualquer lugar do Planeta. Estes princípios estão assentados nos ensinos de Jesus. “Amar a Deus, a sua obra e preservar a natureza, a ecologia e ao próximo como a nós mesmos.” Por tudo isto, o Espiritismo proclama a evolução do Espírito pelo amor e pelo conhecimento das Leis Divinas que nos regem na evolução, eliminando, assim, o egoísmo no homem e as emoções inferiores que com elas torna-se mais demorado o encontro da Plenitude Divina.

Um comentário:

  1. Excelente comentário! tive a oportunidade de ler esta obra e fiquei maravilhada, com tantos conhecimentos científicos e a grandeza de Deus!

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