domingo, 18 de dezembro de 2011

Milagres não existem


Por - Gilberto L. Tomasi
Muitas virtudes ou comportamentos, são vistos por nós como algo impossível de ser alcançado, algo que nunca vai ser conquistado, ou algo muito distante, previsto talvez para uma encarnação  distante anos luz da nossa realidade quando possamos nos tornar um espírito super evoluído, algo como um Buda, e quem sabe um Cristo, um ser angelical enfim. Impossível não é, ao contrário, é uma realidade demore o tempo que demorar. Porém, para poder alcançar esse objetivo temos que começar as mudanças, o momento é agora. A melhor maneira de se tornar um Buda, é viver como um Buda e seguir seus ensinamentos. A melhor maneira se tornar um Cristo é seguir seus ensinamentos. O fato é que veneramos estes espíritos superiores, mas nada fazemos para conseguirmos ser iguais a eles.
O Mestre Jesus nos fala, em Lucas 6:
46 - E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
47 - Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48 - É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.
49 - Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.
Fica muito fácil e cômodo para nós culparmos as mais diversas situações vivenciadas, por não sermos ou não agirmos como um espírito que precisa evoluir. E, mesmo quando percebemos que temos todas as condições necessárias para tal, nada fazemos, continuamos os mesmos, com as mesmas desculpas e os mesmos comportamentos.
Esperamos sempre que as situações se tornem ideais para que expressemos nossa disposição de mudar, esquecendo que as situações ideais podem ser classificadas como uma questão de preferências. Sem esquecer, que não existe vida perfeita, o que existe é a nossa capacidade de viver em harmonia, com perfeição e equilíbrio, usando nosso livre-arbítrio para vivenciar aquilo que venha de encontro com as nossas reais necessidades
Perdemos muito tempo esperando alcançar certo grau de maturidade para começarmos a viver plenamente expressando todas as virtudes que o Mestre nos ensinou, esquecendo que a maturidade não “cai do céu”. Ela tem que ser buscada dia após dia. Estamos sempre estipulando prazos e, quando eles vencem, os prorrogamos. São as chamadas justificativas necessárias para nossa incapacidade ou nossa falta de vontade de mudar.
Devemos aceitar viver a vida com os recursos que nos é possível, mas, sempre buscando melhorá-los para que não fiquemos parados em estado de letargia total esperando um “milagre” acontecer. Devemos viver o agora em plenitude. É agora que devemos expressar todas as virtudes necessárias uma mudança de hábitos, comportamentos e conduta e, se ainda não as possuímos devemos ir em busca delas.
O primeiro passo, fundamental e importante é parar de culpar os outros pelas coisas que acontecem, devemos parar de viver em função de expectativas projetadas outros e nas situações, temos que tomar as rédeas das situações tal qual elas se apresentam. Somente assim elas poderão ser mudadas, nunca antes disto, nunca enquanto essas situações forem justificadas pela culpa dos outros, das condições externas, etc.
Não temos o direito e nem podemos mudar ninguém, temos que mudar a nós mesmos. Quando mudamos interiormente e de forma radical, o mundo à nossa volta também muda, as pessoas mudam, tudo muda.
Todas as condições que colocamos para vivermos dentro de uma conduta normal baseada no bom relacionamento interpessoal, necessárias para a boa convivência com nossos semelhantes e consequentemente nossa partida para a reforma íntima é apenas uma desculpa pela nossa incapacidade de reação, transferindo para o outro um problema que é nosso.
Lembremos que dependemos somente nós mesmos, nós é que devemos nos resolver internamente. Devemos trabalhar nossos problemas e dificuldade pois eles são nossos.
Precisamos parar de encontrar desculpas, de cobrar, de criticar, de transferir responsabilidade. Devemos viver e agir de forma coerente, sendo bom para com os outros e severos para conosco, sem desculpas, pretextos ou explicações.
Esquecemos no entanto, que ao continuarmos vivendo da mesma forma sem um mínimo de vontade de mudar,inertes diante de uma realidade natural e necessária que é a evolução do espírito, os resultados serão os mesmos, ou seja, nenhum progresso. É necessário morrer de instante em instante, renascendo mais consciente para as realidades que nos envolvem.
Chega de viver uma espiritualidade apenas teórica, é preciso vivê-la também na prática, baseada nas realidades do dia-a-dia. De nada adianta freqüentar palestras, seminários, cultos, missas, cursos, sem que esses os ensinamentos adquiridos sejam transformados em realidade que nos levará a uma transformação que fará com que consigamos iniciar os passos evolutivos do espírito.
Os espíritos angelicais deixaram como exemplo e ensinamento a renúncia. Porém, não aceitamos renunciar a nada seja em termos morais ou materiais, estamos sempre em busca de uma espiritualidade que seja conveniente com os nossos interesses, que atenda aos nossos desejos imediatos. Assim agindo, continuamos a nos auto-enganar, não aceitando a realidade e pior, achando que estamos evoluindo, que já somos espiritualizados o necessário para acompanharmos  esse processo de transformação que a Terra está passando.
Ainda temos bastante dificuldades em encontrar um norte, trilhar um caminho, colocamos em dúvida aquilo que a Doutrina dos Espíritos nos apresenta, ficamos encima do “muro” esperando um milagre.
Não esqueçamos as palavras de Joana de Angelis quando nos alerta para escolhermos um caminho seja ele qual for e seguir adiante, pois não é possível seguir vários ou mais ao mesmo o tempo. Se der errado, volte e comece tudo novamente.

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