Por - Gilberto L Tomasi
Se consultarmos o dicionário veremos que trata-se de pessoa vinculada ao espiritismo. Se perguntarmos a quem não é espírita, uns dirão que é algo que mexe com os mortos, outros dirão que têm medo e outros permanecerão indiferentes.
Perguntando aos próprios espíritas, alguns dirão, que é ir ao centro, tomar passes, ouvir os espíritos, assistir palestras, ler livros, estudar, outros dirão que é fazer caridade.
As respostas são várias, mas todas incompletas. O melhor mesmo é ir buscar a resposta nos livros da codificação, a partir do Livro dos Espíritos, onde veremos que existem:
- Os que acreditam.
- Os que acreditam e admiram a moral espírita.
- Os que creem admiram e praticam.
Segundo kardec, esses são os verdadeiros espíritas. Acontece porém, que grande parte dos que se dizem espíritas, procuram a casa espírita devido a algum problema de saúde, ou a algum problema existencial, para conseguir emprego, conquistar um amor impossível, enfim, acreditam que no centro espírita alcançariam a solução de seus problemas e a almejada felicidade.
No livro o Céu e o Inferno, que apresenta inúmeras comunicações de espíritos nas mais diversas condições, há um relato interessante do espírito Jean Reunaud, que está classificado como espírito feliz, fruto de uma conduta digna quando esteve na terra. Perguntado se na vida física ele professava o espiritismo, respondeu: há uma grande diferença entre professar e praticar. Muita gente professa uma doutrina, mas não pratica; pois bem, eu praticava e não professava.
Professar significa reconhecer publicamente, se declarar adepto, fazer propaganda da idéia. Aí está a chave da questão:
A situação de felicidade do espírito devia-se à vivência dos princípios do espiritismo, mesmo sem conhecê-lo, portanto, ser espírita é ser autêntico é trabalhar para alcançar a felicidade possível, é ser íntimo da alegria, é viver em comunhão com as leis divinas, é saber orar e vigiar, tendo absoluta confiança no criador, é saber desculpar os ofensores saber ser bondoso, humilde e compreensivo.
Ser espírita é saber praticar a caridade em todos os níveis e em todas as oportunidades, porque fora da caridade não há salvação, é saber amar o próximo, mesmo sendo ele nosso inimigo, é saber tolerar com paciência, as situações desagradáveis e as horas amargas, é enfrentar os desafios encontrados na estrada evolutiva, não permitindo que os empecilhos se transforme em tristezas, não exigir do próximo as qualidades que ainda não possuímos.
Ninguém precisa renunciar à vida para ser espírita. Os adversários a vencer não são os externos, mais sim aqueles que estão no interior do coração de cada um.
Os adversários que podem nos derrotar nesta jornada de redenção são nosso próprio orgulho, o egoísmo, o apego aos bens materiais, ao conforto desnecessário e extravagantes aos interesses materiais.
O cristão verdadeiro não luta mais nas arenas com os leões, nem precisa mais se defender das espadas dos gladiadores. Precisa e deve se defender das feras que estão dentro de cada um.
A tarefa hoje se mostra mais confortável, pelo menos não exige o sacrifício do corpo ou da saúde, basta disposição para vencer os demônios do fundo da alma.
Logo, ser espírita é freqüentar as reuniões compenetrado durante as explicações evangélicas? Tomar passe e água fluidificada? É estudar a doutrina e aprender seus conceitos? E conhecendo seus princípios saber transmiti-los? É ser médium, fornecendo seu equipamento para que o trabalho se realize? É trabalhar na assistência social? Tudo isso é ser espírita se no coração vibrar o evangelho de Jesus, se tudo isso não for realizado de maneira mecânica e sem sentimento, ou apenas por medo do que possa acontecer numa vida futura
Se enganam aqueles que se dizem espíritas, e vivem na periferia da doutrina. Especialmente os que conseguiram o resultado desejado, pois esses se apegam apenas nos fenômenos e estão sempre à procura de novas sensações.
Outros se enganam, freqüentando centros por medo, porque alguém falou que estão com problemas ou perturbações emocionais, que são médiuns e precisam trabalhar, praticar a caridade, pois caso contrário nada dará certo em suas vidas. Isso chega a ser chantagem emocional, pois uma doutrina eminentemente libertadora, não pode criar algemas que aprisionem as pessoas para mantê-las na casa espírita, pois, só seremos realmente espíritas quando o queremos ser.
O espírita verdadeiro sabe, que mesmo Deus nos criando com muito amor e nos destinando a perfeição, só alcançaremos essa perfeição pelos nossos próprios esforços, ou se preferirmos, pela exaustão da dor. E, isso torna a doutrina espírita libertadora.
Ser espírita é aceitar a reencarnação e a lei de causa e efeito, pois através disso ficamos sabendo o porque da vida, o que estamos fazendo na terra e qual nossa destinação. Para o espírita, o espiritismo não é uma crença, mas uma certeza, ele sabe, que o sofrimento faz parte de um processo evolutivo, é a dor do crescimento. Ser espírita é saber que a doutrina é a luz a esperança.
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