Joilson José Gonçalves Mendes
“E toda multidão procurava tocar-lhe, porque saia dele uma virtude que os curava a todos”. (Lucas, 6:19)
Muitas pessoas procuram a casa espírita em busca de um consolo espiritual e dentre os recursos utilizados temos o passe também conhecido como fluidoterapia. A fluidoterapia não é privilégio dos espíritas, muitas filosofias religiosas utilizam-na como ferramenta para alívio das aflições daqueles que as procuram, contudo com terminologia diferenciada. Empregada desde os primórdios da humanidade, tem sua expressão maior na pessoa de Jesus que muitas curas realizou pela imposição das mãos e deixou-nos este legado como explica a citação do evangelista “...imporão as mãos nos enfermos e estes sararão”. (Marcos, 16:18).
Segundo Divaldo Franco “O passe é, antes de tudo, uma transfusão de amor” por sua vez o espírito Emmanuel conceitua como “... uma transfusão de energias psíquicas...”. Esta transfusão de energias ocorre por meio da vontade e manipulação do fluido cósmico ou fluido universal como preferem alguns autores, que nas palavras de André Luiz (espírito) “O fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres como peixes no oceano.” O fluido canalizado pelo passista é transferido, pela imposição das mãos, sobre o centro de força (Chakra) coronário do paciente e assim distribuido para os demais centros energéticos, promovendo o equilíbrio necessário ao seu bem-estar.
Quanto à ação magnética temos três maneiras de transmissão: a) Passe magnético; b) Passe espiritual e c) Passe misto. Encontramos em A Gênese as seguintes definições: “1ª pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido; 2ª pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito; e 3ª pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes provocado por um apelo do magnetizador”.
O passe é recurso que deve ser aplicado tão somente nas casas espíritas por contar com local adequado, preparado espiritualmente pelos mentores espirituais da casa e por pessoas responsáveis que sabem da importância de estarem preparadas, física e espiritualmente, para a prática deste ato de amor. Só deve ser realizado fora da casa espírita em casos de extrema urgência em que a pessoa necessitada encontre-se acamada ou em leito hospitalar, ainda assim, deve-se constituir uma equipe para a realização desta tarefa. A prática do passe em domicilio fica restrita somente aos familiares - pai, mãe, filhos e o casal. Quando alguém solicitar que lhe aplique um passe, devemos convidá-la a procurar a casa espírita.
Os efeitos do passe variam de acordo com a necessidade e mérito do paciente, bem como do preparo do passista. Há pessoas que sentem uma leve melhora em seu estado físico e mental, é o mais comum, e outras que conseguem a cura completa de uma enfermidade, estes casos são mais raros, pois necessita da existência de um médium com habilidade específica de cura. Outras pessoas nada sentem, muitas vezes devido ao estado de desequilíbrio em que se encontram.
Podemos compreender os benefícios do passe pela seguinte analogia: Somos como um copo de água suja, cheia de impurezas e com um conta-gotas vamos colocando água limpa, com o passar do tempo a água suja começa a transbordar do copo, ficando somente a água limpa.
Contudo reflitamos sobre nossa reforma íntima se estamos deixando para um segundo plano ou se queremos realmente nos curar. Sabemos que as enfermidades encontram-se no espírito e é este que necessita da cura moral, pois como comenta o espírito Emmanuel “Não nos interessa apenas a regeneração do veículo em que nos expressamos, mas, acima de tudo, o corretivo espiritual”. (Pão Nosso – Item 44)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A gênese – FEB, 2005 - Cap 14 item 33
O passe – FEB, 1993
Pão nosso II – FEB, 2000 – Item 44
Evolução em dois mundos – FEB, 1995
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