sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Joilson José Gonçalves Mendes
Que palavra é esta que nos remete aos nossos mais recônditos sentimentos? Monossílabo tônico que já fez com que muitos galgassem o ápice de seus objetivos, assim como, conduziu uma imensidão de seres aos mais baixos níveis em que se pode chegar um ser humano. Sim, há pessoas que cometem verdadeiras atrocidades em nome da fé, em nome de uma crença absurda, que a mais frágil razão o conduziria por outro caminho, mas estava cego.
A fé é a certeza de atingirmos um objetivo. É uma voz íntima que nos conduz em determinado caminho. Mas como precisarmos se realmente estamos no caminho correto? E quando insistimos em determinado objetivo e não o atingimos? Será que faltou fé? Será que a fé não era tão forte quanto pensávamos que fosse? Quais os meandros que não nos permitem chegar aonde queremos? “Existem mais coisas entre o céu e a terra, do que a nossa vã filosofia pode imaginar”, diria Shakespeare.
Quantas vezes perdemos tempo com veleidades ilusionistas que nada acrescenta ao nosso patrimônio espiritual. A fé remove montanhas, afirma o adágio popular. Certa vez um jovem galileu disse que se tivéssemos fé do tamanho de um grão de mostarda, diríamos para um monte se transpor de um lado para outro e este monte se transporia. Mas qual seria este monte? Obviamente não se referia a um acidente geográfico, e sim, as montanhas que ainda são verdadeiras barreiras dentro de cada um de nós.
Referia-se as montanhas do orgulho, do egoísmo que são as grandes chagas da humanidade. Barreiras que nos impedem de movermos em direção ao próximo. Montanhas colossais que há séculos cultivamos dentro de nós. Falava das montanhas da vaidade, da cobiça e tantas outras que mais parecem uma verdadeira cordilheira em nosso interior. E ainda nos questionamos sobre a fé! Pior quando, por não vermos nossos desejos egoísticos serem realizados, nos revoltamos contra a divindade. “Raça de incrédulos e perversos, até quando estarei convosco”? Questionou o jovem galileu. Até quando?
Há aqueles que dizem acreditar somente em si e em sua capacidade de realizar o que bem desejar. Ignoram ou esquecem que por de trás deles existe um ser supremo que a tudo conhece, que é infinitamente justo e bom. A fé humana em excesso transforma-se em soberba e nos cega. Outros creem que Deus a tudo nos provê e por isso não faz a sua parte. A fé divina em excesso transforma-se em preguiça, fanatismo e também cega.
Pode-se comparar a fé com o conceito da Física – Salto Quântico – em que o elétron muda de camada conforme tenha mais ou menos energia. Quando está tudo bem, dizemos que somos pessoas de fé, mas, quando enfrentamos as dificuldades da vida, parece que a nossa fé se esvai como areia entre os dedos. Mais energia, mais fé; menos energia; menos fé. Será assim? Então precisamos estar atentos aos “saltos da fé”.
Quando realmente temos fé, e somos sinceros em nossas intenções, caminhamos em direção aos obstáculos com razão e emoção equilibrados, com consciência, de cabeça erguida, sabemos que as dificuldades servem para polir o espírito, este diamante que está em estado bruto, esperando que o joalheiro o transforme em pedra preciosa.
A verdadeira fé faz despertar em nós os sentimentos sublimes do ser. Nos impulsiona ao encontro do próximo em atos de caridade, a exemplo de Francisco de Assis, Irmã Dulce, Madre Tereza, Chico Xavier e tantos outros. Por sermos convictos de que todos somos filhos do mesmo Pai, é que jamais devemos desamparar os mais necessitados. A fé verdadeira nos faz esquecermos de nós mesmos, dos nossos problemas e nossas angústias pois sabemos ser tudo passageiro. Sabemos; não sabemos? Acreditas? Tens fé?

Um comentário:

  1. Parabéns Joilson, muito bem elaborado o blog e, os artigos são muito bons.
    Abraço
    Gilberto

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