Por - Gilberto L. Tomasi
Albert Schweitzer,médico,teólogo, músico, missionário, prêmio Nobel da Paz em 1952, ensinava que herói não é o homem da ação. Herói é o homem da renúncia.
Partindo dessa afirmativa não se pode afirmar que alguns vultos da humanidade foram grandes, citando, Napoleão, Hitler, Stalin, Bismarck, etc.
Grandes foram Jesus, Buda, Francisco de Assis e o próprio Schweitzer, que certo dia, deixou o conforto da civilização européia, enfrentando a selva da África, cuidando dos negros famintos e doentes.
Porém, a sociedade costuma valorizar somente os chamados homens de ação, os homens que agem com praticidade, que fazem o progresso movido pela materialidade e a guerras. Esses homens são homenageados constantemente.
Esquecemos com isso que o ato de renunciar é mais louvável do que o ato do apego. O homem desde o início da civilização vive o tempo todo querendo se apegar a alguma coisas, às pessoas, aos lugares, aos títulos, às honrarias, como que querendo que essas coisas, e essas pessoas ou esses locais estejam sempre em primeiro plano ou a sua disposição.
Esse apego descontrolado que sentimos acaba gerando o medo das possíveis perdas. Perda da mocidade, perda do dinheiro, da saúde, do prestígio, da amizade.
Por outro lado, o ato de renunciar significa, sobretudo, um ato de coragem, que poucos conseguem praticar, haja vista, que é bem mais fácil se apegar do que desapegar. Lembrando o encontro de Jesus com o moço rico, que desejava ir para o céu, que então pergunta: “ Mestre, o que é necessário par alcançar a vida eterna ?”. O rapaz era possuidor de grandes propriedades, tinha muito dinheiro era extremamente religioso, cumpridor de todos os mandamentos da Lei Mosaica, não mentia, não roubava, não caluniava, não usava o nome de Deus em vão. No conceito geral, era um bom moço.
Jesus veio, então ao seu encontro, com a recomendação que valeu por um difícil teste para o rapaz: dá tudo que tens aos pobres e trás o paraíso. Ouvindo isso, o moço cabisbaixo, saiu envergonhado, sem dizer uma só palavra. Pensava ele, o preço do paraíso é muito alto. Na verdade, não queria ele renunciar aos bens terrenos, nunca. Pensava também, foi muito difícil formar um patrimônio, mas, mais difícil ainda seria renunciar, ou melhor, se desapegar de tudo.
Sem querer interpretar o episódio na sua íntegra, a renúncia que Jesus queria era a renúncia do apego, porque o apego é o que nos torna escravo, é o que nos causa preocupação, nos deixa angustiado, nos torna infelizes, deprimidos e egoístas.
Sabemos que é difícil renunciar até mesmo a um simples pensamento. Mas, não podemos esquecer que rico é aquele que é pobre das necessidades, já escreveu um grande pensador. Renunciar aos vícios, aos ressentimentos, à inveja, significa um ato de heroísmo.
Perguntado sobre como deveríamos viver no mundo, Paulo de Tarso dizia: “Vive como possuindo tudo, nada tendo, com todos e sem ninguém”.
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