terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A evolução não dá saltos


Por – Joilson José Gonçalves Mendes

Ao lermos o título acima podemos pensar que falar sobre este tema é algo redundante, é chover no molhado, chega a ser tautológico. Contudo, é comum escutarmos, em tempos de “transição”, a seguinte frase: “Tal ou tal situação deu um salto quântico”. Até parece que virou moda. Pode passar a impressão de que algo mágico aconteceu. Será que alguns seres que passaram milhões de anos nos caminhos tortuosos da vida, de agora em diante serão “salvos”? Mas esta frase, exceção feita ao fenômeno da física, carece de maior aprofundamento quando pronunciada em outros contextos.
O químico francês, Antoine Laurent de Lavoisier (1743 - 1794), considerado o criador da química moderna, promulgou que em a natureza “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Uma transformação não ocorre ao acaso, repentinamente, são necessários estágios anteriores para que ocorra uma mudança. As fases que antecedem a uma mudança exigem tempo e preparação.
Segundo Charles Robert Darwin (1809-1882), naturalista britânico, que escreveu sobre a evolução das espécies, para chegarmos a condição humana em que nos encontramos demoramos cerca de aproximadamente dois milhões de anos. Se considerarmos apenas o surgimento do Homo Sapiens teremos que retroagir há aproximadamente 200 mil anos.
Joana de Ângelis (espírito), pela psicografia de Divaldo Franco, vem corroborar com esta idéia ao dizer que para alcançarmos o estado evolutivo do cérebro, demoramos cerca de 250 milhões de anos, que no estágio atual de desenvolvimento estamos apenas a algumas dezenas de milhões de anos.
No livro – Evolução em dois mundos – de autoria de André Luiz (espírito), psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira - Primeira Parte - Capítulo III - Evolução e Corpo Espiritual – comentando sobre os primórdios da vida o autor espiritual assim se expressa:
“Trabalhadas, no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores, permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as mônadas celestes exprimem-se no mundo através da rede filamentosa do protoplasma de que se lhes derivaria a existência organizada no Globo constituído. Séculos de atividade silenciosa perpassam, sucessivos...” (grifos nosso)
Mais adiante esclarecendo sobre a evolução no tempo explica que:
“segundo o molde mental que traz consigo, dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza as próprias aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, construindo o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões, em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o Auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma.
Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos”. (grifos nosso)
Basta lermos a obra – A caminho da luz – psicografada por Chico Xavier, ditada pelo espírito Emmanuel que teremos uma pálida idéia de quanto tempo Jesus e os arquitetos celestes do universo estão tolerando pacientemente o progresso da humanidade. Obra que aborda desde a gênese planetária, passando pelas construções celulares, os primeiros habitantes da Terra, a elaboração das formas humanas, a raça adâmica, civilização egípcia, índia, apenas para citar as mais antigas, caminhando até o século XX.
Na questão 780 de O livro dos espíritos – os espíritos esclarecem ao codificador que a evolução moral é uma consequência do progresso intelectual, não o seguindo de imediato.
Na 781 é esclarecido que o homem não pode deter a marcha do progresso, todavia, poderá, algumas vezes, travar o avanço destinado ao ser humano.
Allan Kardec, na pergunta 783, desejou saber se o aperfeiçoamento da humanidade seguiria sempre uma marcha lenta e progressiva, ao que obteve como resposta: “Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas”.(grifo nosso)
Em - O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap 20 – Os trabalhadores da última hora – fazendo uma breve análise da parábola, notaremos que os trabalhadores da última hora, estão sendo chamados há séculos para o trabalho na vinha do Senhor, contudo, não estavam preparados para a tarefa. Saulo de Tarso, após seu encontro com o Cristo na estrada de Damasco, precisou de seis anos de preparação para sair e divulgar a Boa Nova.
Analisemos a evolução do ser humano nos últimos séculos. Duas grandes guerras em que muitos países foram totalmente destruídos, necessitando de tempo para a sua reconstrução; invenção do avião; industrialização; invenção do automóvel; a evolução dos computadores; pesquisas na área da saúde; evolução tecnológica avançada e por aí vai...
Porém, devemos ter em mente que todo o conforto científico tecnológico que nos cerca precisou de tempo de pesquisas, preparo dos cientistas, horas investidas em estudos, testes, retestes, duplicação da pesquisa por outros cientistas em diversos países para se chegar a um denominador comum.
Por analogia vamos trazer o acima exposto para o contexto da evolução espiritual. É comum observarmos pessoas que, ao despertarem para os ensinamentos que a Doutrina Espírita proporciona, desejam “abraçar o mundo”, querem realizar mil e uma tarefas na casa espírita, sendo que, na maioria das vezes não tem o devido preparo. Lembremos de Paulo.
Geralmente somos imediatistas por natureza e queremos resultados rápidos. Quando não encontramos a recíproca tendemos a desanimar, abandonamos a causa que vínhamos defendendo e culpamos os dirigentes. Ora, se estou ciente da causa que abracei, cabe trabalhar a paciência e a tolerância que como diz o adágio: “Quando o trabalhador está pronto, o trabalho aparece”.
Outro ponto a refletirmos é sobre a nossa evolução moral. Quantas pessoas encontramos no meio espírita que vivem se lamentando, em tom um tanto quanto depressivo, que o umbral a espera, que não acredita ter realizado muito em seu benefício espiritual. Outros ouvem uma palestra e dizem que tudo o que foi dito é muito difícil de por em prática. Ora, quando é que vai dar o primeiro passo? Ficar se lamentando é fácil. Mãos a obra, portanto.
Já sabemos que ninguém vai fazer por nós o que nós mesmos necessitamos realizar, que não existe “Fada Madrinha com varinha de condão” e que em um toque de mágica todos os nossos problemas serão resolvidos. Problemas estes que estamos adiando há séculos e que em nada tem a ver com o outro. O problema somos nós, está em nós. Necessitamos lapidar incessantemente, incansavelmente, a pedra bruta que ainda somos se um dia desejarmos nos transformarmos em pedra preciosa.
Não melhoraremos de uma hora para outra, mas também não podemos ficar sentados esperando o tempo passar. Muito já realizamos em nós e devemos ser gratos à Divindade por nossas conquistas e assim, avançarmos sempre. A evolução não dá saltos. “Fora da caridade não há salvação”, anunciou Allan Kardec. Temos todo o conhecimento de que necessitamos para o nosso avanço moral, só depende de nós. Paz e Luz.

Fontes:
- Franco, Divaldo Pereira .Triunfo pessoal - Pelo Espírito Joanna de Ângelis
- Kardec, Allan. O Evangelho segundo o espiritismo
- Kardec, Allan. O livro dos espíritos
- Xavier, Francisco Candido. A caminho da luz – Pelo espírito Emmanuel
- Xavier, Francisco Candido / Waldo Vieira. Evolução em dois mundos – Pelo espírito André Luiz

domingo, 18 de dezembro de 2011

Milagres não existem


Por - Gilberto L. Tomasi
Muitas virtudes ou comportamentos, são vistos por nós como algo impossível de ser alcançado, algo que nunca vai ser conquistado, ou algo muito distante, previsto talvez para uma encarnação  distante anos luz da nossa realidade quando possamos nos tornar um espírito super evoluído, algo como um Buda, e quem sabe um Cristo, um ser angelical enfim. Impossível não é, ao contrário, é uma realidade demore o tempo que demorar. Porém, para poder alcançar esse objetivo temos que começar as mudanças, o momento é agora. A melhor maneira de se tornar um Buda, é viver como um Buda e seguir seus ensinamentos. A melhor maneira se tornar um Cristo é seguir seus ensinamentos. O fato é que veneramos estes espíritos superiores, mas nada fazemos para conseguirmos ser iguais a eles.
O Mestre Jesus nos fala, em Lucas 6:
46 - E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
47 - Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48 - É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.
49 - Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.
Fica muito fácil e cômodo para nós culparmos as mais diversas situações vivenciadas, por não sermos ou não agirmos como um espírito que precisa evoluir. E, mesmo quando percebemos que temos todas as condições necessárias para tal, nada fazemos, continuamos os mesmos, com as mesmas desculpas e os mesmos comportamentos.
Esperamos sempre que as situações se tornem ideais para que expressemos nossa disposição de mudar, esquecendo que as situações ideais podem ser classificadas como uma questão de preferências. Sem esquecer, que não existe vida perfeita, o que existe é a nossa capacidade de viver em harmonia, com perfeição e equilíbrio, usando nosso livre-arbítrio para vivenciar aquilo que venha de encontro com as nossas reais necessidades
Perdemos muito tempo esperando alcançar certo grau de maturidade para começarmos a viver plenamente expressando todas as virtudes que o Mestre nos ensinou, esquecendo que a maturidade não “cai do céu”. Ela tem que ser buscada dia após dia. Estamos sempre estipulando prazos e, quando eles vencem, os prorrogamos. São as chamadas justificativas necessárias para nossa incapacidade ou nossa falta de vontade de mudar.
Devemos aceitar viver a vida com os recursos que nos é possível, mas, sempre buscando melhorá-los para que não fiquemos parados em estado de letargia total esperando um “milagre” acontecer. Devemos viver o agora em plenitude. É agora que devemos expressar todas as virtudes necessárias uma mudança de hábitos, comportamentos e conduta e, se ainda não as possuímos devemos ir em busca delas.
O primeiro passo, fundamental e importante é parar de culpar os outros pelas coisas que acontecem, devemos parar de viver em função de expectativas projetadas outros e nas situações, temos que tomar as rédeas das situações tal qual elas se apresentam. Somente assim elas poderão ser mudadas, nunca antes disto, nunca enquanto essas situações forem justificadas pela culpa dos outros, das condições externas, etc.
Não temos o direito e nem podemos mudar ninguém, temos que mudar a nós mesmos. Quando mudamos interiormente e de forma radical, o mundo à nossa volta também muda, as pessoas mudam, tudo muda.
Todas as condições que colocamos para vivermos dentro de uma conduta normal baseada no bom relacionamento interpessoal, necessárias para a boa convivência com nossos semelhantes e consequentemente nossa partida para a reforma íntima é apenas uma desculpa pela nossa incapacidade de reação, transferindo para o outro um problema que é nosso.
Lembremos que dependemos somente nós mesmos, nós é que devemos nos resolver internamente. Devemos trabalhar nossos problemas e dificuldade pois eles são nossos.
Precisamos parar de encontrar desculpas, de cobrar, de criticar, de transferir responsabilidade. Devemos viver e agir de forma coerente, sendo bom para com os outros e severos para conosco, sem desculpas, pretextos ou explicações.
Esquecemos no entanto, que ao continuarmos vivendo da mesma forma sem um mínimo de vontade de mudar,inertes diante de uma realidade natural e necessária que é a evolução do espírito, os resultados serão os mesmos, ou seja, nenhum progresso. É necessário morrer de instante em instante, renascendo mais consciente para as realidades que nos envolvem.
Chega de viver uma espiritualidade apenas teórica, é preciso vivê-la também na prática, baseada nas realidades do dia-a-dia. De nada adianta freqüentar palestras, seminários, cultos, missas, cursos, sem que esses os ensinamentos adquiridos sejam transformados em realidade que nos levará a uma transformação que fará com que consigamos iniciar os passos evolutivos do espírito.
Os espíritos angelicais deixaram como exemplo e ensinamento a renúncia. Porém, não aceitamos renunciar a nada seja em termos morais ou materiais, estamos sempre em busca de uma espiritualidade que seja conveniente com os nossos interesses, que atenda aos nossos desejos imediatos. Assim agindo, continuamos a nos auto-enganar, não aceitando a realidade e pior, achando que estamos evoluindo, que já somos espiritualizados o necessário para acompanharmos  esse processo de transformação que a Terra está passando.
Ainda temos bastante dificuldades em encontrar um norte, trilhar um caminho, colocamos em dúvida aquilo que a Doutrina dos Espíritos nos apresenta, ficamos encima do “muro” esperando um milagre.
Não esqueçamos as palavras de Joana de Angelis quando nos alerta para escolhermos um caminho seja ele qual for e seguir adiante, pois não é possível seguir vários ou mais ao mesmo o tempo. Se der errado, volte e comece tudo novamente.

Darwin e Kardec


Autor desconhecido - Enviado por Gilberto Tomasi

     Em 24 de novembro de 1859, foram colocados à venda nas livrarias de Londres, 1250 exemplares de um recente livro que veio apresentar um novo paradigma científico para a humanidade.
     O editor não acreditava na aceitação da obra; daí ser reduzida a sua tiragem. Mas ele estava enganado. A edição esgotou-se rapidamente, bem como dezenas de reedições em vários idiomas. Seria um dos livros mais famosos do século XIX. Seus conceitos revolucionariam o pensamento científico.
     O nome do autor: Charles Darwin; o nome do livro: “A Origem das Espécies.” Nele, o naturalista inglês expunha uma teoria que desenvolvera em trinta anos de exaustivos labores e pesquisas, segundo a qual tudo que vive está sujeito a constantes mutações. O aparecimento do Homem foi a culminância de um lento processo de evolução, iniciado há bilhões de anos com organismos unicelulares, e o último elo na imensa cadeia, antes do “Homo Sapiens,” foram os símios antropóides. Naquele momento, religiosos e alguns cientistas reagiram, alegando uma rematada tolice o homem descender dos macacos. Darwin seria para eles um gozador, um homem sem Deus.
     Podemos admitir que o motivo principal de tantos pronunciamentos contrários foi o terrível golpe desfechado contra o orgulho humano. O homem considerava-se um ser à parte, algo de especial. Achava que estava situado no ápice daquela pretensa evolução biológica. Repugnava-lhe a idéia de que era um parente próximo dos macacos, que o homem, o Rei da Criação, já nascia pronto e acabado.
     Renhidas discussões existiram sobre esta teoria durante décadas. Com o tempo ela foi se firmando e outros cientistas foram confirmando-a como um conceito científico válido. O próprio pensamento religioso admite hoje, com a exceção de correntes mais retrógradas, que a Teoria da Evolução não compromete em absoluto os textos bíblicos.
     O escritor Espírita Richard Simonetti, do Brasil, informa-nos que a Bíblia não deve ser tomada ao pé da letra, sob pena de cair-se no ridículo. Assim, os seis dias da Criação segundo o Gênesis, representam, na realidade, períodos de milhões de anos em que, na oficina da criação, Deus preparou a entrada do Homem no cenário terrestre.
     O mais interessante é registrar que Darwin foi contemporâneo de Allan Kardec e, este último, em Paris, a 18 de Abril de 1857, lançou o primeiro livro, obra conhecida mundialmente como “O Livro dos Espíritos”. Depois de outros livros, escreveu a “A gênese”, no qual não só admite que há uma evolução das formas físicas,  como lança um conceito muito mais amplo, segundo o qual há, igualmente, uma evolução espiritual. O Espírito também vem de expressões rudimentares e se aperfeiçoa, através de experiências milenárias, vividas em vários planos até atingir à perfeição.
     O princípio da evolução espiritual de Kardec foi tão combatido quanto foram as idéias de Darwin. Atualmente, as diversas correntes de pensadores  e cientistas afirmam que o Espírito humano não é uma criação pronta e acabada por Deus. A evolução é constante  e sempre em busca de aprimoramento. Podemos admitir que se Deus levou bilhões de anos para a chegada do princípio inteligente até a encarnação do ser humano, acreditamos que a  evolução do Espírito é uma constante na Terra e no espaço. Em contrapartida, o corpo físico, aqui na Terra, está sempre melhorando em cada reencarnação, e, quanto mais evoluído for o Espírito, mais bonito e saudável o corpo material será.
     Por esta razão, a Doutrina dos Espíritos esclarece-nos que o Espírito passa pelos mundos inferiores e pelas formas mais simples do primitivismo, como princípio inteligente do Universo a ser inteligente da criação (que já somos nós, encarnados ou desencarnados) até atingir à perfeição. Para chegarmos à almejada perfeição, precisamos não só trabalhar na nossa reforma íntima, mas também, desenvolvermos os melhores sentimentos de caridade, fraternidade e humanidade, em qualquer lugar do Planeta. Estes princípios estão assentados nos ensinos de Jesus. “Amar a Deus, a sua obra e preservar a natureza, a ecologia e ao próximo como a nós mesmos.” Por tudo isto, o Espiritismo proclama a evolução do Espírito pelo amor e pelo conhecimento das Leis Divinas que nos regem na evolução, eliminando, assim, o egoísmo no homem e as emoções inferiores que com elas torna-se mais demorado o encontro da Plenitude Divina.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Preparação para o Natal


Por - Gilberto L. Tomasi
  É notório, que o clima de natal já começa a tomar conta na vida das pessoas, começamos a presenciar atos de comemorações, festividades e principalmente assistimos o comércio abundante em torno da data em grande ebulição. Não sou muito adepto a trocas de  presentes e abraços somente nestas ocasiões, mas, não sou eu quem vai estragar a festa , pois ela existe e faz parte das nossas necessidades, até porque, há quem só lembre dos seus semelhantes somente nestas ocasiões.
  Para a maioria, natal é sinônimo de família, de união, de aproximação das pessoas, dando a idéia de que no final das contas tudo se realizou de forma perfeita durante o ano que está terminando. Todos se deixam contagiar pelo clima natalino, abraços, afagos, lágrimas e, é claro, os presentes, além da mesa farta.
 No entanto, infelizmente é bom lembrarmos que em relação à família, ainda existem dois conceitos: A minha família e a tua família, e que cada um se reúna, ou melhor, festeje e celebre o natal com a sua.
  Esquecemos, de fazer uma reflexão sobre os 365 dias passados, esquecemos que pode ter faltado abraços de solidariedade naqueles momentos de derrotas, de tristezas, de fracassos, de perdas, sim, porque também nestas ocasiões deveríamos agir como se fosse natal, também deveríamos  nos  abraçar  quando as dificuldades aparecessem.
  Mas, nos deixamos envolver pela correria, pela compra dos presentes, pelas festividades natalinas, pela agitação que anuncia mais um final de ano, como se isso resolvesse todos os nossos problemas, e que a partir de 01 de janeiro será vida nova. Esquecemos que essas festividades são apenas uma convenção humana, pois para o espírito isto não tem valor nenhum.
 Mas, voltemos ao natal. É preciso que tenhamos mais consciência, que não nos deixemos levar simplesmente como pedras que, no rio, são carregadas pela correnteza da água, como diz o ditado.
 É necessário programar nosso tempo, nossa vida, pensar bem no que precisa ser feito e na maneira de como fazer, para  quando chegar o natal, essa comemoração possa ser um pouco mais real e sincera. Devemos pensar no  significado que essa convenção representa e, o que representam aquelas pessoas que nos rodeiam durante a ceia, o que elas significam para nós, o que desejamos para elas.
  A sociedade impôs o hábito da troca de presentes nesta ocasião, como se isto fosse de fato resolver e apagar todas as diferenças existentes. Porque não transformar a noite de celebração do natal em algo mais do que uma mesa farta e uma simples troca de presentes, de gentilezas, as vezes falsas, em algo que realmente acrescente o verdadeiro espírito natalino.
  Não deixemos que o natal tenha apenas um significado meramente comercial e ilusório em relação à família, pensemos um pouco mais no personagem principal que representa esta data, aquele que deveria nortear nossos passos, para chegarmos na noite de natal carregados de sentimentos nobres e fraternos, com presentes, sim, mas principalmente com amor no coração para dar aqueles que formam nossa família. Isto, para ficar somente na família de sangue, pois ao contrário, seria divagar na utopia.