sábado, 28 de maio de 2011

O psiquismo e seu potencial





 Por - Joilson José Gonçalves Mendes
 Conceitos     
Ao tratarmos deste tema, convém iniciarmos pelos conceitos do que venha a ser o psiquismo, os quais encontramos no dicionário Houais as seguintes classificações: Na Filosofia o Psiquismo faz parte de uma doutrina filosófica que supõe ser a alma formada por um fluido especial que anima todos os seres vivos. Para a Psicologia é um conjunto dos processos psíquicos do ser humano ou do animal tomado genericamente; conjunto das características psíquicas de um indivíduo, e ainda, atividade psíquica de um indivíduo, tomada separadamente da orgânica. Dentre estas especificações ficaremos com a primeira por melhor atender aos nossos propósitos, estar em consonância com a Doutrina Espírita e entendermos que o Psiquismo é o próprio espírito.

Evolução do cérebro
“o psiquismo dorme no mineral, sonha no vegetal, sente no animal, pensa no homem”. (Joanna de Ângelis)

Na questão 607 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta sobre a origem da alma do homem; onde o espírito cumpre a primeira fase de sua evolução. Os espíritos respondem que esta primeira fase acontece numa série de existências que precedem o período a que chamamos de humanidade.
Segundo o cientista Paul MacLean, citado por Joana de Angelis, a evolução do cérebro ocorre em três fases, sendo no cérebro primitivo, em que encontramos semelhanças em algumas famílias de peixes, répteis e tartarugas marinhas; é ele o responsável por alguns comportamentos básicos e programações naturais de comportamento instintivo para a conservação da vida e das espécies, tais como a fome, a sede, o sono, o impulso sexual, etc. Comanda nossa agressividade e a nossa reação de fuga ou de luta diante de um perigo eminente. Faz com que a linguagem primitiva confunda-se com nossos gestos e comportamentos não-verbais. Transmite a sensação de perigo e de conforto em nosso espaço territorial. Possui duas particularidades próprias: a) os gestos instantâneos das pessoas que são aqueles atos reflexos, oriundos da nossa mais antiga e sábia natureza. b) a composição dos nossos espaços, quando nos relacionamos com outras pessoas, pelo fato dos mesmos significarem defesa instintiva do perímetro de sobrevivência.
Em seguida desenvolvemos o cérebro límbico que é o responsável pelos estímulos sensoriais. Nesta fase ocorreu a inclusão da glândula pituitária, responsável pelo comportamento emocional, influenciando nossas emoções e sentimentos: prazer ou sofrimento, sucesso ou fracasso, motivação ou desmotivação, etc. Foram incluídos nossa memória, identidade e senso de valores. É responsável, ainda, pela adaptação ao meio ambiente e social regulando a manutenção e integração do grupo a que pertencemos.
A última fase de desenvolvimento do cérebro denomina-se de cérebro mamífero novo, em que se desenvolveu basicamente o córtex cerebral. É o local do pensamento consciente, da elaboração de estruturas imaginárias e da invenção. Local da análise, do raciocínio, da intuição e da linguagem específica do homem. Transforma as reações cerebrais em linguagem verbal e não verbal. Produz atividades complexas como a leitura, a escrita e o cálculo matemático. Finalmente, o córtex analisa, antecipa, decide e conceitua.
Segundo Joana de Angelis as duas primeiras fases levaram cerca de 150 a 250 milhões de anos para o seu desenvolvimento, enquanto esta última, algumas dezenas de milhões de anos. Isto confirma aquele adágio muito proferido nos meios doutrinários de que “a evolução não dá saltos”. A autora espiritual explica que: “O desafio do sono é muito grande, face ao largo período de permanência nas faixas primárias do processo da evolução, pelo qual passa o ser no seu crescimento espiritual”.
Acreditamos que é devido a esta explicação dada por Joana que encontramos muitas pessoas que demonstram pouquíssimo interesse em obter conhecimentos sobre os assuntos espirituais, pessoas que preferem ficar em casa dormindo ou assistindo a um programa de televisão a irem realizar algum trabalho útil ou se instruírem sobre a espiritualidade ou qualquer assunto que seja. Este estado de “sonolência” em que nos encontramos é uma grande barreira a ser vencida e, por mais que tenhamos permanecido milhares de anos estacionados nos primórdios de nossa criação, é chegado o momento de despertarmos a consciência para os assuntos do espírito.

Matéria Física e Matéria Mental
“É indispensável que o homem se resolva por utilizar do admirável arsenal de recursos que possui, aplicando os valores edificantes a serviço da sua felicidade”.( Joanna de Ângelis)

Sabe-se que a matéria é expressão da energia em diferentes condições de vibração e velocidade, a energia mental também se manifesta conforme as variações da corrente ondulatória, em corpúsculos da matéria mental.
André Luiz, em Mecanismos da Mediunidade, ensina que, ao vibrarem os átomos da matéria mental, o que corresponde à formação de calor na matéria física, gera-se ondas de comprimento longo. Estas ondas longas têm como objetivo sustentar a integração da nossa unidade corporal, mantendo interligado o universo de células que compõem o nosso corpo físico.
Curiosamente alguns monges tibetanos conseguem secar um lençol úmido enrolado ao corpo, por meio da concentração e um tipo especial de respiração denominada de respiração “tumo”. Fica-nos a dúvida se o que André Luiz ensina sobre esta vibração dos átomos da matéria mental, estaria relacionado com a prática realizada por pessoas com conhecimentos milenares sobre a estrutura da psique humana.
Quando estamos em estado de concentração e/ou oração, fazemos vibrarem os elétrons da matéria mental e assim produzimos ondas de comprimento médio. Este estado confere a produção de luz interior, que se irradiam e mudam de tonalidades conforme a energia atinja os elétrons da superfície ou das proximidades do núcleo do átomo mental.
Não raras vezes ouvimos por parte de médiuns videntes, que viram uma luz ao redor de determinada pessoa. Sabe-se que o campo áurico é composto por luzes que estão ao redor de cada um de nós e conforme nosso estado emocional apresenta-se com determinada cor. Encontramos, nas obras espíritas, vários relatos de pessoas que ao desencarnarem, encontraram com parentes, amigos e outros espíritos que apresentavam uma luminosidade muito diferente dela, muitas vezes sentindo até vergonha de sua condição espiritual.
Outro tipo de onda que somos capazes de produzir, quando ocorre à excitação do núcleo atômico, no campo da mente é chamada ultracurta. André Luiz explica que estas ondas podem surgir devido a “...emoções profundas, as dores indizíveis, as laboriosas e aturadas concentrações de força mental ou as súplicas aflitivas...” e que tem o poder de transformar o campo espiritual, que estas ondas são semelhantes aos raios gama. (grifo nosso)
É senso comum no meio espírita, que nós evoluímos de duas maneiras, pelo amor ou pela dor. Quantas vezes ouvimos alguém narrar ou lemos em livros e revistas, histórias de pessoas que após passarem por um momento difícil em suas vidas, de terem sofrido muito, resolveram mudar sua maneira de ser? O que é que as fez mudar? Outros casos de pessoas que vivenciaram uma experiência em que um sentimento de profundo amor as invadiu e desde então seus paradigmas mudaram e passaram a ter uma nova compreensão da vida? Monges que após incansáveis momentos de meditação alcançaram a iluminação interior? Não estariam estas experiências relacionadas à explicação dada por André Luiz?
Este assunto nos leva dentre outras, a seguinte reflexão: Allan Kardec em sua infinita sabedoria disse que “Fora da caridade não há salvação”. Infelizmente encontramos pessoas, mesmo no meio espírita, que dizem ser contra certas práticas caridosas por parte de alguns confrades do centro que freqüentam. Sabemos também que muitas vezes ao praticarmos um ato caridoso, um sentimento de paz e alegria interior nos preenche de tal maneira que não encontramos palavras para explicarmos o que realmente estamos sentindo. Ao retornarmos aos ensinamentos de André Luiz, acima, sobre as ondas ultracurtas, que geramos interiormente e que tem o poder de transformar nossa estrutura espiritual, indagamos: Não estaríamos gerando tais ondas e promovendo alguma transformação interior? E se assim for, como deixar de praticar a caridade? Mas para que esta transformação aconteça se faz necessário o sentimento, a emoção que faz vibrar os átomos mentais, que fará vibrar os elétrons e em uma intensidade maior faremos vibrar o núcleo destes átomos mentais, que por sua vez produzirão as ondas ultracurtas, mudando assim, nosso comportamento e nossa condição espiritual.
Na verdade, quando praticamos a caridade não estamos ajudando apenas o nosso irmão menos favorecido, e sim, a nós próprios. Muitos sábios e iluminados na antiguidade disseram que estamos todos interligados, que não existe o outro, somos todos UM. Hoje em dia alguns físicos quânticos transmitem o mesmo ensinamento com base em formulações matemáticas complexas.
Talvez esteja aí o significado das palavras do Mestre Jesus quando ensinou que: “...quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes...”. (Mt C 25, v 40) e quando pediu para que amássemos uns aos outros, que amássemos o próximo como a nós mesmos. Praticar a caridade não se trata de sermos paternalistas, e sim de evolução espiritual. Quando a maioria das pessoas se conscientizarem disto e praticarem a caridade com amor, produziremos uma carga energética tão grande que seremos capazes de mudarmos o mundo. Pensemos nisso.
Já caminhamos por milhões de anos como afirma Joana e nesta jornada conquistamos maravilhas espirituais, somos capazes de induzir multidões ao expressarmos qualquer pensamento em que acreditamos. Nossos pensamentos, idéias e convicções nos ligam de forma compulsória a todos aqueles que comungam conosco, exemplos são as obsessões, os grandes líderes e o próprio Jesus. Como espíritos eternos, somos fontes geradora de vida, que se modifica pelo impulso mental. Projetamos para fora de nós as formas-pensamentos, as figuras e os personagens de todos os nossos desejos, com todo o conteúdo do cenário elaborado. Temos cerca de 60.000 pensamentos por dia, como os utilizamos? Adquirimos a condição de sermos co-criadores com o Criador, ensina André Luiz. Conhecemos pouco sobre a mediunidade e são vários os tipos classificados por Allan Kardec em o Livro dos Médiuns. Ainda desconhecemos as nossas reais potencialidades, mas chegará o dia em que todos estes “mistérios” nos serão revelados. Cabe a cada um, por sua vez, lutar contra o sono e a preguiça mental que os entorpece e entrava a evolução, para que despertemos para o amor e passemos a agir com a consciência de seres totalmente despertos.
“Vives consoante pensas e almejas. Consciente ou inconscientemente.
Conforme dirijas a mente, recolherás os resultados.
Possuis todos os recursos ao alcance da vontade.
Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença.
Tem em mente, no entanto, que o teu destino é programado pela tua mente e pelos teus atos, dependendo de ti a direção que lhe concedas”. (Joanna de Ângelis)


REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
- Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Felicidade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis
- Franco, Divaldo Pereira .Vida desafios e soluções - Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis
- Franco, Divaldo Pereira .Triunfo pessoal - Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis
- Xavier, Francisco Candido. Mecanismos da mediunidade – Pelo Espírito André Luiz
- Kardec, Allan. O livro dos espíritos

Um comentário:

  1. Escelente trabalho Joilson, estou agora mesmo repassando para todos os meus contatos, mesmo sabendo que menos de 1% vai se interessar. E que Deus te ajude nessa caminhada glorificante de levar sabedoria espírita ao máximo de pessoas.

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