Por - Joilson José Gonçalves Mendes
Em o Livro dos Médiuns, itens 237
a 254, Allan Kardec trata dos tipos de obsessão que são:
Obsessão simples: quando um espírito malfazejo procura de todas as
formas interferir na vida do médium, procurando enganá-lo de qualquer maneira.
Fascinação: apresenta consequências mais graves, uma vez que o
espírito obsessor cria uma ilusão na mente do médium, fazendo com que o mesmo
perca, parcialmente, a sua capacidade de julgar as comunicações.
Subjugação: produz a paralisação da vontade da vítima, o espírito
obsessor tem a capacidade de fazer com que a pessoa passe a agir de maneira
ridícula na presença de outras pessoas. Passa a ser praticamente um fantoche
nas mãos do obsessor.
Para maiores esclarecimentos a
respeito do assunto sugiro que estudem a referência supracidata. Sabemos que existe
a obsessão de desencarnado para desencarnado, de desencarnado para
encarnado, de encarnado para desencarnado e de encarnado para
encarnado. É sobre este último tipo que iremos discorrer alguns
comentários.
O que seria uma obsessão de
encarnado para encarnado?
Podemos incluir aqui as invejas,
sentimentos de mágoa, raiva, ódio, rancor, vingança, desejar o mal a outra pessoa, esses sentimentos que são próprios
das almas sem elevação nem grandeza,
como nos esclarece Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X, item 4.
Mas como podem estes sentimentos
se enquadrarem como um processo obsessivo?
Em Mecanismos da Mediunidade, Cap
IV, MATÉRIA MENTAL - itens Matéria Mental e Matéria Física; Indução Mental; e
Formas Pensamentos, o espírito André Luiz dá explicações sobre a força mental
que possuímos e que, naturalmente desperdiçamos devido à preguiça mental que
ainda é pujante no ser humano. Recomendo a leitura desse capítulo.
Muito já foi escrito, falado e
pesquisado sobre a força do pensamento, também disseminado nos livros de auto
ajuda. E se nossos pensamentos interferem em nossa saúde física e mental, após
a leitura do capítulo acima mencionado, chegarão à conclusão de que nossos
pensamentos podem interferir na vida daqueles que nos cercam.
Apenas para citar um exemplo, a
época em que estava na Faculdade de Parapsicologia, realizamos um experimento
de Telepatia, que consistia em uma determinada pessoa (emissor) transmitir,
mentalmente, a imagem de um vampiro para outra pessoa (receptor), que estava em
sala distinta e não sabia qual seria a imagem a ser transmitida, pois tudo era
selecionado no momento do experimento. O experimento que deveria durar 20
minutos, não passou de 5 minutos. O receptor, que estava na outra sala começou
a passar mal e foi preciso encerrar os trabalhos. Após a pessoa (receptor) ter
se reestabelecido, foram mostradas a ela, 4 imagens diferentes e dentre elas
estava a do vampiro. Quando olhou para imagem em questão, não teve dúvidas e
apontou aquela como sendo a imagem do experimento, o que estava correto. Ao
perguntarmos para o emissor o que ele tentou transmitir para o receptor,
comentou que lembrou de tudo quanto foi filme de terror que havia assistido.
Este singelo experimento vem
demonstrar que temos a capacidade de influenciar, pela ação do pensamento, o
estado de ânimo de uma pessoa, seja de forma positiva ou negativa, para o bem
ou para o mal, o que evidencia a obsessão de encarnado para encarnado.
Outra explicação sobre como ocorre
o processo obsessivo de encarnado para encarnado está na Física Quântica, o chamado
Emaranhamento/Entrelaçamento Quântico. Este experimento mostrou que duas ou
mais partículas ao se correlacionarem, permanecerão ligadas, independente da
distância que se encontram. Sempre que uma das partículas for alterada a outra imediatamente
reagirá à alteração, podendo estar a um metro de distância ou a milhões de
quilômetros no espaço.
Determinado pesquisador (sujeito
1) preparou um boneco de si mesmo, para representá-lo e solicitou que outro
pesquisador (sujeito 2) levasse o boneco para uma sala eletromagneticamente
protegida. O sujeito 1 permaneceu na sala ligado a aparelhos que pudessem medir
alterações no sistema nervoso autônomo. Quando o sujeito 2 passava a mão pela
face, ombros e cabelos do boneco, enviando pensamentos de cura, o sujeito 1
sentia os efeitos, pois os aparelhos acusavam as alterações. O boneco e o
sujeito 1 estavam entrelaçados. Este experimento também explica a magia
africana conhecida como VODU, em que
alguém procura o feiticeiro para fazer mal a outrem, utilizando bonecos e
alfinetes. Isto é obsessão de encarnado para encarnado.
Muitos experimentos foram realizados
por físicos, PhD, pessoas preocupadas com a explicação científica dos fatos, no
sentido de demonstrar a influência do pensamento sobre nós e sobre os outros,
todos com resultados positivos. Hoje, vemos a Física Quântica esclarecer o que
no passado era tido como algo sobrenatural.
Vários pesquisadores estão
estudando a influência do CAMPO em nossas vidas, dizem que todos nós estamos
interligados por Campos de Energia, que são denominados das mais diversas
formas: Campos Morfogenéticos, Vácuo Quântico, Teida da Vida, Matriz Divina,
Universo Holográfico, etc. Demonstrando que fazemos parte de um TODO, que nós
religiosos o chamamos de Deus.
Talvez tenha sido isto que Jesus
quis explicar ao dizer: “Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus
irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”. (Mt 25, 40)
Uma vez que somos todos filhos do
mesmo Pai, estamos entrelaçados desde o princípio da criação. Ao fazermos algo
que prejudique o nosso semelhante é a nós mesmos que estamos prejudicando. Foi
por esta razão que o Cristo tanto falou sobre a importância de aprendermos a
perdoar e esquecer as faltas que nos cometem.
Os processos obsessivos
continuarão a existir enquanto os seres humanos não compreenderem as leis
universais que, por mais que já tenham sido ditas pelos filósofos e profetas, aos
poucos estão sendo reveladas pela ciência. O maior exemplo que podemos citar é quando
de braços abertos no madeiro disse: "Pai, perdoai-os porque eles não
sabem o que fazem." Lucas 23:34
Referêncial Bibliográfico
Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec,
itens 237 a 254.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo
o Espiritismo, cap X, item 4.
Xavier, Francisco Candido. Mecanismos da
mediunidade – Pelo espírito André Luiz.
Couto, Helio. Ressonância
Harmônica – Você cria a sua própria realidade.
http://www.heliocouto.com/#!cursodemecanicaquantica/c1mh0
- Acessado em 1º Nov 13
Excelente artigo, Joílson. Especialmente no que se refere à Física Quântica. A questão do entrelaçamento quântico sempre me atraiu, especialmente por sua relação com o Espiritismo. Alguns livros do Chico e André Luiz já falam neste tipo de influenciação do campo espiritual através dos pensamentos, e o alicerce científico da Mecânica Quântica só faz corroborar a tese. Aliás, Física Quântica e Espiritismo possuem uma relação enorme, e que vale a pena estudar. Grande pesquisa e trabalho, querido. Parabéns. Abraços. Gustavo.
ResponderExcluirOlá Gustavo, obrigado pelo comentário. Realmente a Física Quântica apresenta um paralelo com o Espiritismo que chega a assustar, ainda estou engatinhando neste terreno, mas já observei alguns pontos que, se for falado aos mais "ortodoxos", podem achar que estou em um processo "obsessivo" kkkkk Abraço.
ExcluirComo ajudar uma pessoa com vampirismo? Tem cura?
ResponderExcluirOlá! Tem cura sim. Será necessário um certo esforço por parte da pessoa e familiares, esse esforço consiste em procurar um centro espírita que realize trabalhos de desobsessão. Frequentar o centro, estudar, ouvir palestras, receber o passe, tomar água fluidificada, realizar o culto do evangelho no lar e o que considero principal, o trabalho de autoconhecimento, também conhecido como reforma íntima. De um modo geral é isso. Encontre e comece a frequentar um centro o quanto antes. Muita Paz.
ExcluirBoa tarde Sr. Joilson, belo trabalho, tenho uma curiosidade, pois quando falamos de obsessão de encarnados para encarnados pensamos sempre em alguem fazendo o mal, mas me ocorre que esse tipo de obsessão se dá entre familiares, parentes que se amam se querem bem mas tem uma superproteção e atua sobre sua vida direto interferindo nas suas particularidades seus gostos, ficando assim muito ligados, estou certo no meu raciocino? Obrigado e grande abraço
ResponderExcluirOlá Wilson Leite! Você está certíssimo. Este é também um tipo de obsessão pouco discutido, inclusive nas casas espíritas. Eu diria que esse é um amor enfermo, uma vez que prendemos a pessoa ao invés de libertá-la, quando em verdade, o amor é algo libertador. O difícil é fazer com que as pessoas percebam isso. Gratidão pelo seu comentário. Abraço. Muita Paz.
ExcluirMuito bom o texto. Parabéns!
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