Por – Joilson José Gonçalves Mendes
Muitas pessoas passam pela vida terrena como se fossem verdadeiras máquinas programadas. Nascem, crescem, reproduzem, envelhecem e morrem. Seria simples se no decorrer de suas vidas as coisas acontecessem como planejadas, mas nem sempre é assim que acontece. Mesmo porque, por mais racional que alguém seja não consegue manter-se 100% focado na razão. Chega um momento em que a emoção nos convida a refletir mais profundamente sobre a vida.
Somos a somatória de séculos de existência com experiências nas mais diversas áreas, por mais que estejam encobertas pelo véu do esquecimento, não há como negarmos o que já passamos o que realmente somos enquanto princípio inteligente individualizado em processo de evolução.
As vivências que tivemos no pretérito emergem e submergem do inconsciente para o plano consciente, contudo sem termos verdadeira noção do que passamos. Por isso há momentos em que nos sentimos capazes de conquistar céus e terras, outros em que nos sentimos o menor dos seres existente no universo.
Este é um processo de “purgação” do espírito enquanto limitado pelo corpo físico, esse dreno que auxilia no processo evolutivo de cada ser. Se no passado fomos pessoas de posses materiais e não soubemos utilizá-la em conformidade com as Leis Divinas, chega o momento em que nos vemos privados destes bens e por vezes um sentimento de querer ter, o desejo de possuir os objetos ilusórios da matéria, surge repentinamente em nosso íntimo, mesmo sabendo que por mais que trabalhe ou que tenha outro emprego, não conquistará os objetos do desejo. É a lembrança do passado nos assolando a consciência para que aprendamos a refletir sobre a importância dos bens materiais.
Outras vezes nos questionamos qual a razão de não termos uma pessoa que nos compartilhe os carinhos, alguém a quem possamos dedicar os mais sinceros sentimentos e constituir família. Não compreendemos o motivo pelo qual tantas pessoas preferem viver enclausuradas em seu egotismo a doar-se em benefício de outrem. São as reminiscências do pretérito emergindo, ao mesmo tempo, como verdadeiros juízes e carrascos a nos impor a reflexão sobre o conviver, o doar-se, a renúncia de nossos desejos em favor do próximo, a importância do convívio social sem o prejuízo deste ou daquele.
Pessoas há que se desanimam diante de uma enfermidade que castiga o corpo físico impondo rotina austera, dieta alimentar rígida, pouco contato com pessoas, sem a oportunidade de trabalhar pelo próprio sustento, sempre dependente de um ente familiar ou de médicos e enfermeiros. Oh, Deus! Por que tanto sofrimento a um só ser? Não seria melhor extinguir de uma vez esta vida? Cala-te, ser ignorante! Não percebes que Deus está lhe dando a oportunidade de resgatar a sua dívida? Consulte a própria consciência, seus mais íntimos pensamentos e descobrirás que muitos foram os prejudicados por você, e em sua infinita misericórdia o Criador de todas as coisas lhe concede esta oportunidade de quitação da dívida e esconderijo contra aqueles que agora se sentem no direito de cobrar todo o prejuízo e sofrimento que lhe foram causados.
Quanta angústia, quanta dor, não a dor física se bem que às vezes chega a doer o corpo físico, mas a dor interior que não sei de onde surge, de onde vem e para onde vai, dor no peito, dor na cabeça, não sei o que é isso, fico a questionar se realmente é uma dor, mas é algo que incomoda incessantemente. Por vezes pensamentos atrozes surgem no íntimo, em vão tento afastá-los. Que tormento! O que será isso? Estou enlouquecendo? É mais uma vez o juiz consciência acusando dos erros cometidos que emergem para nos lembrar que nenhum mal ficará impune diante das leis universais.
Perante toda essa problemática existencial renda-se ao Pai criador da vida, ao Cristo Jesus que muito nos ama e nos convida à reforma interior. São doenças da alma a manifestar-se no corpo. Reconheçamos o nosso passado de erros e procuremos a transformação íntima que Jesus nos ensinou e poucos souberam compreender.
Se te faltas, doa-te. Se estás só, busque a companhia dos solitários levando sempre uma mensagem de carinho. Se enfermo, lembre-se de Jesus, o médico das almas e ore em favor daqueles que também se encontram nos leitos dos hospitais. Se a inquietude lhe aflige, trabalhe incessantemente em benefício do semelhante, aprenda a silenciar a mente pela prática meditativa, respire profundamente e sinta a paz profunda em seu interior.
Tudo no universo funciona dentro da mais perfeita harmonia. Para entendermos o presente, precisamos nos lançar no passado e projetarmos para o futuro a fim de que a compreensão da vida possa nos impulsionar para um porvir repleto de luz, vida e amor.
Muito bom Joilson, pena que pouquíssimas pessoas tem "nível de consciência" para pelo menos entender o conteúdo dessa matéria, e quissá colocá-la em prática. Grande abraço.
ResponderExcluir