Estudos demonstram que perdoar faz bem para a saúde
Joilson José Gonçalves Mendes
"Perdão e reconciliação não são atividades etéreas, espirituais ou de outro mundo. Elas têm a ver com o mundo real, são realpolitik porque, num sentido muito real, sem perdão não há futuro". (Desmond Tutu - Arcebispo sul-africano)
Encontramos no dicionário Michaelis a palavra perdão que significa: “conceder perdão, absorver, remitir (culpa, dívida, pena, etc), desculpar e poupar-se”. (grifo nosso)
Em Mateus, 6:14-15 verifica-se a seguinte passagem evangélica: “Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso Pai celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados”.
No ano de 1998, foi criada uma campanha para levantar fundo para pesquisas relacionadas ao Perdão. Esta campanha conseguiu levantar mais 2,4 milhões de dólares. Têm-se notícias de que a Fundação John Templeton e outras duas fundações conseguiram arrecadar 3 milhões de dólares.
Um estudo realizado pelo centro médico da universidade de Duke, com 58 pacientes, demonstrou que pessoas com dores crônicas nas costas sentiam menos dores quando perdoavam as pessoas que as magoaram, também vivenciaram menos problemas psicológicos, como ódio e depressão, do que aqueles que não conseguiam perdoar.
Na universidade estadual de Idaho, um estudo com 98 pessoas de camadas sociais e econômicas médias e baixas, ligou o perdão a uma baixa na pressão sanguínea e no nível de cortisol.
Segundo os pesquisadores o perdão ajudaria a melhorar a qualidade de vida de pacientes que tiveram lesões na coluna. Conforme demonstrou um estudo da Universidade de Michigan, realizado com 140 pacientes acima de 16 anos, dos quais 52% eram paraplégico e 48% tetraplégicos, aqueles que conseguiram se perdoar ou perdoar os outros dizem ser mais satisfeitos com suas vidas, apresentam mais saúde e têm mais hábitos saudáveis.
Um grupo de 259 pessoas, com idades médias de 41 anos, que tinham conflitos e mágoas não resolvidos, receberam treinamentos, em sessões de 90 minutos, durante seis semanas, para aprender a perdoar. Os métodos utilizados foram palestras, apresentações de imagens, discussões cognitivas e conversas.
O resultado desta pesquisa demonstrou que os pacientes tiveram uma diminuição de 70% nos sentimentos de dor, 13% no grau de ódio que sentiam, 27% nos sintomas físicos - como dores nas costas, tontura, dor de cabeça e de estômago, entre outros, 15% menos estresse emocional e um aumento de 34% na vontade de perdoar as pessoas que as tinham magoado. (grifo nosso)
Charlotte Van Oyen Witvliet, professora de psicologia do Hope College, em Michigan, EUA, pesquisou 71 pessoas voluntárias. Nesta pesquisa, foi solicitado que eles lembrassem de alguma mágoa antiga, algo que os tivesse feito sofrer. Ao trazerem estas lembranças à memória, os aparelhos registraram um aumento da pressão sanguínea, dos batimentos cardíacos e da tensão muscular, reações idênticas às que ocorrem quando as pessoas sentem raiva. Em outro momento, foi pedido que eles imaginassem entendendo e perdoando as pessoas que lhes haviam feito mal, no mesmo instante se mostraram mais calmos, e com pressão e batimentos menores. (grifo nosso)
Após ter sido muito magoado por um grande amigo, o Dr. Fred Luskin, autor de “O Poder do Perdão”, conseguiu encontrar uma maneira de perdoar seu amigo, e quis investigar se a sua técnica funcionaria com outras pessoas.
Seus estudos indicaram que os participantes apresentavam redução do nível de estresse, viam-se mais calmos e confiantes de que, no futuro, perdoariam mais facilmente. Mostrou que o perdão pode promover uma melhora na saúde física, visto que, apresentaram uma diminuição significante em sintomas como dores no peito, na coluna, náuseas, dores de cabeça, insônia e perda de apetite.
Retomando o conceito da palavra perdão em que encontramos o “poupar-se”, cabe a cada um de nós realizar a sua reforma íntima, para que nos poupemos dos males que se originam da falta do perdão, que a compreensão reine entre os seres e que todo o dinheiro gasto em pesquisas dessa natureza seja mais bem empregado no auxílio ao próximo. Mesmo após dois mil anos o homem precisa de pesquisas científicas para comprovar o que Jesus, o Cristo, e muitos outros já haviam dito, demonstrando que o ser humano ainda tem muito que progredir no aspecto moral/espiritual. Transcrevemos abaixo, um texto de Emmanuel para nossa reflexão:
“Não nos iludamos em matérias de indulgência. Perdão não é recurso tão somente aplicável nas grandes dores morais, à feição do traje a rigor, unicamente usado em horas de cerimônia. Todos somos suscetíveis de erro e, por isso mesmo, perdão é serviço de todo o instante, mas assim como o compositor não obtém a sinfonia sem passar pelo solfejo, o perdão não existe, de nossa parte, ante os agravos grandes, se não aprendemos a relevar as indelicadezas pequenas”. Emmanuel
REFERÊNCIAS
Estude e Viva, de Emmanuel e André Luiz. - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
Artigos:
Gustavo Henrique Ruffo - http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u10271.shtml - Acessado em 28/-3/06
Camilla Salmazi - http://www.ippb.org.br - Acessado em 28/03/06
http://www.universoespirita.org.br - Acessado em 30/03/06
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