sábado, 8 de outubro de 2011

Espiritismo e Maçonaria


Por - Gilberto L Tomasi
  Divaldo Pereira Franco, médium e orador espírita, em brilhante palestra, feita na Loja Maçônica Caldas Junior de Porto Alegre, a convite da Grande Loja Maçônica do Rio Grande do Sul no dia 09 de Novembro de 2006, com a presença dos Grão-Mestres da Grande Loja do Rio Grande do Sul, Grande Oriente do Rio Grande do Sul e da Maçonaria Unida do Rio Grande do Sul, faz uma profunda análise sobre os ideais da Maçonaria com ênfase às suas origens remotas na Babilônia, na Mesopotâmia, com seus rituais de iniciação realizados ao ar livre, nas margens do mar morto.
  Apresenta o famoso discurso de Voltaire na sociedade em que recebeu o grau 33 da ordem maçônica, com seu eloqüente testemunho do amor a Deus. Define as palavras maçom e maçonaria, apresentando vultos eminentes que se fizeram adeptos dessa Ordem em todas as épocas da história, principalmente no período das lutas pela independência do Brasil.
  Faz um paralelo com a Doutrina Espírita, salientando os pontos em comum de ambas as filosofias e traçando seus iluminados objetivos que anelam prezam pela dignificação humana. Divaldo reporta-se a alguns pontos básicos da maçonaria como a crença em Deus, a imortalidade da alma e, no seu cerne de solidariedade, o amor, a caridade, tal qual a Doutrina Espírita, que vem abrindo campo imenso à investigação nas questões do espírito, que sendo esta uma ciência de pesquisa, busca igualmente decifrar o enigma do existir. “caminhando ao lado da maçonaria, porquanto apóia os seus postulados e entende, na sua simbologia, o milagre dos acontecimentos disfarçados de mistérios, desde os tempos da idade média, preparando o ser humano para os grandes vôos do infinito”, como assim se referiu. Em uma bela citação, Divaldo destacou dois grandes espíritas maçons, Camille Flammarion e Leon Dennis, este, maçom emérito, grau 33, que afirmava ser a maçonaria um dos belos caminhos para a dignificação da criatura humana e o seu encontro com a plenitude Divina.
  Reina até hoje no movimento espírita uma séria dúvida em saber se Allan Kardec, codificador da Doutrina, teria ou não sido maçom, muito embora use em suas obras termos maçons, como “arquiteto” para se referenciar a Deus, pedra angular, prumo, etc. Não que isto tenha importância para esta ou aquela filosofia, mas permitiria conhecer melhor a opinião de Kardec sobre a instituição maçônica. André Morel, conceituado biógrafo de Kardec, parece inclinado a responder de forma positiva, dizendo que não sabe em que Loja ele foi iniciado. Kardec, foi discípulo de Mesmer que era Maçom, e Leon Dennis, seu discípulo, também era.
  Deixando de lado essa polêmica, a verdade é que o Espiritismo e a Maçonaria tem inegáveis pontos em comum, e juntos poderão acelerar o progresso da Humanidade e o estabelecimento da justiça social, sobretudo através da perfeição moral dos espíritas e maçons.
   A Maçonaria tem por fim a melhoria moral e material do homem, por princípios, a lei do progresso da humanidade, as idéias filosóficas de tolerância, fraternidade, igualdade e liberdade, abstração feita da fé religiosa ou política, das nacionalidades e das diferenças sociais.
   O espiritismo moral e social iria dizer justamente a mesma coisa. Os princípios filosóficos são absolutamente idênticos:  a)Existência de Deus, b)Imortalidade da alma, c)Solidariedade humana.
   Em sessão da Sociedade Espírita de Paris do dia 25 de fevereiro de 1864, várias dissertações foram obtidas sobre o concurso que o Espiritismo poderia encontrar na Francomaçonaria, que depois foram publicadas na Revista Espírita de abril de 1864. Comunicaram-se naquela oportunidade os Espíritos Guttemberg (Médium: Sr Leymare), Jacques de Molé (Médium: Srta.Bréguet) e o francomaçom Vaucanson (Médium: Sr.D’Ambel.).
   Nestas comunicações, usando o método de perguntas e respostas, os espíritos comentam sobre a importância da Maçonaria, a afinidade existente em Maçonaria e o Espiritismo, o conhecimento dos Maçons sobre a Doutrina Espírita, a aceitação das idéias Espíritas. Vejamos um trecho: (...) Os homens inteligentes da Maçonaria vos bendirão por sua vez; pois a moral dos Espíritos dará um corpo a esta seita tão comprometida, tão temida, mas que tem feito mais do que se pensa. Tudo tem um parto laborioso, uma afinidade misteriosa; e se isto existe para o que perturba as camadas sociais, é muito mais verdadeiro para o que conduz o progresso moral dos povos. Ainda alguns dias, e o Espiritismo terá transposto o muro que separa a maioria das paredes do templo dos segredos, nesse dia, a sociedade verá florescer no seu seio a mais bela flor espírita que, deixando suas pétalas caírem, dará uma semente regeneradora da verdadeira liberdade . Agora, glória ao Grande Arquiteto do Universo.

Fontes:
Palestra de Divaldo em 1994 na cidade de Americana (SP) pela Loja Maçônica Sublime Universo 125: http://youtu.be/1P6dpb6zD3g
Revista Espírita – edição 04/1864
Leon Dennis e a maçonaria – Eduardo Carvalho Monteiro

2 comentários:

  1. Belo livro. Repleto de fatos e temas bem fundamentados. F.'.T.'.A.'.

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  2. MISSÃO DO HOMEM INTELIGENTE NA TERRA

    Muitas vezes se ouve "Qual será a minha missão, sei que tenho algo para fazer na Terra, mas o que é?"

    Todos trazemos como missão o nosso melhoramento, crescimento espiritual e contributo Aqueles que nos rodeiam, aplicado com correção e responsabilidade os atributos de que Deus nos investiu para mais uma jornada terrena.

    A inteligência é concedida ao homem como mecanismo evolutivo...


    "A inteligência é rica em méritos para o futuro, mas com a condição de ser bem empregada. Se todos os homens bem dotados se servissem dela segundo os desígnios de Deus, a tarefa dos Espíritos seria fácil, ao fazerem progredir a humanidade. Muitos, infelizmente, a transformaram em instrumento de orgulho e de perdição para si mesmos. O homem abusa de sua inteligência, como de todas as suas faculdades, mas não lhe faltam lições, advertindo-o de que uma poderosa mão pode retirar-lhe o que ela mesma lhe deu." (E.S.E. Cap. VII; II, item 13)


    Do Livro dos Espíritos II - Cap. 4 – PRINCÍPIO VITAL - III "Inteligência e Instinto"

    Q. - A inteligência é um atributo do princípio vital?
    R. — Não; pois as plantas vivem e não pensam, tendo apenas a vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, pois um corpo pode viver sem inteligência; mas a inteligência não pode manifestar-se senão por meio dos órgãos materiais: somente a união com o espírito dá a inteligência à matéria animalizada.

    "Comentário de Allan Kardec: A inteligência é uma faculdade especial, própria de certas classes de seres orgânicos, aos quais dá, com o pensamento, a vontade de agir, a consciência de sua existência e de sua individualidade, assim como os meios de estabelecer relações com o mundo exterior e de prover às suas necessidades."
    "Não vos orgulheis por aquilo que sabeis, porque esse saber tem limites bem estreitos, no mundo que habitais. Mesmo supondo que sejais uma das sumidades desse globo, não tendes nenhuma razão para vos envaidecer. Se Deus, nos seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, foi por querer que a usásseis em benefício de todos. Porque é uma missão que Ele vos dá, pondo em vossas mãos o instrumento com o qual podeis desenvolver, ao vosso redor, as inteligências retardatárias e conduzi-las a Deus." (E.S.E. Cap. VII - II - item 13)

    "À medida que a responsabilidade se lhe apossou do espírito, iluminou-se a consciência do homem.(...)"

    "Faminto de elucidações adequadas quanto ao próprio caminho, ergue as antenas mentais para as estrelas, recolhendo os valores do Espírito que lhe consubstanciam o patrimônio de revelações do Céu, através dos tempos.(...)"

    "Estabelecido, porém, o princípio de justiça e aflorando a mentação incessante, o homem começou a examinar em si mesmo o efeito das próprias ações, de modo a crescer, conscientemente, para a sua destinação de filho de Deus, herdeiro e colaborador da Sua Obra Divina.

    "A inteligência humana entendeu a grandeza do Universo e compreendeu a própria humildade, reconhecendo em suas entranhas a ideia inalienável de Deus." (André Luiz, livro "Evolução em Dois Mundos")

    Observemos atentamente as nossas faculdades morais, intelectuais e físicas e lembremos que nada nos foi dado por acaso, tudo tem um objetivo providencial, desta forma não desperdicemos os nossos talentos nem as oportunidades de cada dia na Terra.

    Fonte: CEFE - Évora


    Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/portugal/missao-do-homem-inteligente-na-terra-53698/#ixzz3qX4IeOsX

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