Por - Joilson José Gonçalves Mendes
Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em
nossos atos?
R:
Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles
que vos dirigem. (Q 459 – L.E.)
A
interrogativa do codificador da Doutrina dos Espíritos nos remete a uma série
de outras interrogativas, que nos faz refletir sobre vários aspectos da vida.
Sendo desde pequeninas coisas que fazemos no dia-a-dia, situações
profissionais, familiares, de ordem emocional, empresariais até decisões
governamentais.
Uma
vez que são eles quem nos dirigem, o incauto poderia pensar que somos
verdadeiras marionetes nas mãos de espíritos que ainda persistem em trilhar o
caminho das trevas ao da luz. Estes seres teriam o poder de fazer com que as
pessoas tomassem decisões erradas? Poderiam fazer com que alguém se jogasse de um
edifício ou na frente de um trem? Seriam eles responsáveis pelas brigas
familiares, assassinatos dentre outras atrocidades? Podem fazer com que duas
pessoas se apaixonem? Aposto que neste momento alguns leitores lembraram de ter
visto em alguma tabuleta os dizeres: “Amarração para o amor. Pagamento após o
resultado”. E neste momento corre aquele arrepio pela coluna. Bom, a resposta é
SIM e NÃO, depende.
Depende
de que? Calma leitor (a) amigo (a) respondo: Depende da sua conduta ética/moral.
E partindo do princípio de que estamos em um planeta de provas e expiações (com
X, pois espiação com S é o ato de bisbilhotar a vida alheia) é fácil de deduzirmos
como anda a NOSSA conduta moral, não é mesmo?
Como
amenizar, uma vez que, eliminar esta interferência dos espíritos em nossa vida
é quase que impossível? E o exorcismo, funciona? E o anjo da guarda, o guia
espiritual o que fazem? Onde está Deus? Como o criador pode permitir isso? O
que fazer? Calma! É por isso que chamamos a Doutrina Espírita de Doutrina
esclarecedora e libertadora, ao ESTUDAR o Livro dos Espíritos e o Evangelho
Segundo o Espiritismo você encontrará as respostas de que necessita, para ser
uma pessoa livre de crendices que enfoca o medo e aprisiona, mas vamos procurar
esclarecer alguns pontos neste texto. Antecipadamente quero dizer a você que o
universo é mental, surgiu da mente de Deus, e tudo ocorre no campo mental,
reflita.....
Para
continuarmos faz-se necessário transcrever algumas questões de o Livro dos
Espíritos que tudo ficará mais fácil.
Q.
456. Os espíritos veem tudo o que nós fazemos?
R:
Podem ver,
pois que constantemente vos rodeiam. Cada um, porém, só vê aquilo a que dá
atenção. Não se ocupam com o que lhes é indiferente.
Esta
questão nos remete a outro ensinamento que é uma lei universal, os semelhantes
se atraem. Na física aprendemos que os opostos se atraem, entretanto, existe no
universo a lei em que o semelhante atrai o semelhante, é a lei de afinidade e
por isso eles só darão atenção ao que lhes for de interesse. Assim, um jogador
atrairá espíritos que, quando encarnados, adoravam uma jogatina. Alcoólatras
atrairão espíritos que gostavam de uma bebida alcoólica e assim sucessivamente
com drogados, fumantes, sexolotras, assassinos, cientistas, pensadores,
religiosos etc.
Q.
465. Com que fim os Espíritos
imperfeitos nos induzem ao mal?
R:
Para que sofrais como eles sofrem.
Esta é fácil de
compreender. Se eu sou um infeliz, você também não será feliz. Infelizmente
existem pessoas que são assim, não suportam ver a felicidade do próximo, são
invejosas e quando deixam o corpo físico pelo fenômeno da morte, continuam
sendo a mesma pessoa, infeliz e sofredora.
Q.
467. Pode o homem eximir-se da
influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?
R:
Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os
chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.
Ufa! Que alívio! Então eu posso
escapar destas influências? Sim, claro que pode, caso não, onde estaria a
justiça divina? Mas, leiam novamente a resposta, atentem para este detalhe: “só se apegam aos que, pelos
seus desejos, os chamam, ou
aos que, pelos seus pensamentos,
os atraem”. Por isso Jesus alertou: “Vigiai e orai”. Passe a vigiar os vossos
pensamentos e sentimentos, então terá uma ideia de qual classe de espíritos
estará atraindo. Lembre-se o universo é mental.....
Q.
468. Renunciam às suas tentativas os
Espíritos cuja influência a vontade do homem repele?
R:
Que querias que fizessem? Quando nada conseguem, abandonam o campo. Entretanto,
ficam à espreita de um momento propício, como o gato que tocaia o rato.
Sempre que você estiver
fortalecido na sua fé e na prática do bem, criará entorno de ti um campo
vibratório que neutralizará a presença de seres que lhe desejam fazer mal. Neste
ponto percebo a importância de uma leitura edificante, a prática da caridade, o
pensamento elevado, a frequencia na casa espírita ou em qualquer outro templo
religioso, pois é no templo em que temos a oportunidade de aprendermos ouvindo
palestras, conversando com pessoas que também compartilham dos mesmos ideais,
até os livros de autoajuda cumprem seu papel.
Vejamos a pergunta: “...a
vontade do homem repele”?
Quão pouco utilizamos esta vontade! Joana de Ângelis em sua série psicológica
nos alerta para o uso da vontade, que deve ser exercitada e que negligenciamos
este atributo ofertado por Deus. Preferimos muitas vezes fazer o papel da
vítima, do coitadinho. “Vejam só como eu sou um pobre coitado a mercê de
espíritos malignos”. Obviamente que não fazemos isso conscientemente e que as
influências chegam a pontos mais profundos que não nos compete alongarmos neste
texto, mas é essa a mensagem que muitas vezes passamos para as pessoas, eu sou
um coitadinho. Entenda que você é um ser de Luz destinado a mais alta elevação
espiritual e que Deus, o Grande Arquiteto do Universo, lhe dotou de toda a
capacidade possível para atingir este fim, basta você querer e começar pela tão
famosa “FORÇA DE VONTADE”.
Notem a importância de
exercitarmos, em nós, força de vontade, que o codificador voltou a repetir a
pergunta na questão 475.
Q.
475. Pode alguém por si mesmo afastar os maus Espíritos e libertar-se da
dominação deles?
R:
Sempre é possível, a quem quer que seja, subtrair-se a um jugo, desde que com vontade firme o queira.
Q.
469. Por que meio podemos neutralizar
a influência dos maus Espíritos?
R:
Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a
influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejam ter
sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam
maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as
paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que
esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração
dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas
livra-nos do mal.
Q.
477. As fórmulas de exorcismo têm
qualquer eficácia sobre os maus Espíritos?
R: Não. Estes últimos riem e se obstinam, quando
veem alguém tomar isso a sério.
Alguém poderá dizer: “Mas
eu vi o padre/pastor/vizinho/ seja quem for, exorcizar o “demônio” de tal
pessoa”.
1º o demônio não existe –
pelo menos para o espírita. O que existem são pessoas más que ao desencarnarem
continuam fazendo o mal e como não estão mais limitados pela matéria podem
realizar atos que surpreenderia a qualquer um. O fato de pessoas relatarem já
terem visto o demônio, nada mais é do que uma das propriedades do perispírito
chamada de plasticidade.
2º se o
padre/pastor/vizinho/ seja quem for, teve êxito em alguma forma de exorcismo,
isto deve-se à conduta moral da pessoa e não às palavras e/ou práticas
utilizadas.
3º imagine a seguinte
situação: Estamos em 20 pessoas em uma sala pequena, então alguém vira para
você e diz:
“Fulano (a) saia desta sala”.
Você simplesmente olha para
a pessoa e diz: “Não saio.”
Ele repete: “Saia, eu lhe
ordeno”.
E você: “Quem é você para
ordenar algo? Qual a sua autoridade? Você é tão imoral quanto eu, pois que te
conheço de longa data”.
Ele totalmente enfurecido:
“Saia em nome de Deus”.
Você diz: “Eu sou ateu”
Parou para imaginar o
quanto é ridícula esta cena? Chega a ser cômica! É assim que agem muitos espíritos,
estando eles livre da matéria, podem seguir nossos passos, conhecem nossos
pensamentos, sentimentos, intenções, isso para não falar daqueles que
prejudicamos em vidas anteriores e que hoje nos perseguem sendo obsessores em
busca de vingança. Somente a nossa reforma íntima, o desejo sincero de querer
melhorar, o lapidar constante da pedra bruta que ainda somos, melhorando
moralmente é que teremos condições de afastar aqueles irmãos que ainda não
compreenderam os ensinamentos de Jesus e quem sabe com muito esforço poderemos
fazer de um inimigo um amigo.
Q.
552. Que se deve pensar da crença no
poder, que certas pessoas teriam, de enfeitiçar?
R:
Algumas pessoas dispõem de grande força magnética, de que podem fazer mau uso,
se maus forem seus próprios Espíritos, caso em que possível se torna serem
secundados por outros Espíritos maus. Não creias, porém, num pretenso poder
mágico, que só existe na imaginação de criaturas supersticiosas, ignorantes das
verdadeiras leis da Natureza. Os fatos que citam, como prova da existência
desse poder, são fatos naturais, mal observados e sobretudo mal compreendidos.
Q.
553. Que efeito podem produzir as
fórmulas e práticas mediante as quais pessoas há que pretendem dispor do
concurso dos Espíritos?
R:
O efeito de torná-las ridículas,
se procedem de boa-fé. No caso contrário, são tratantes que merecem castigo.
Todas as fórmulas são mera charlatanaria.
Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que
tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porquanto estes só são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas
materiais.
Não pretendo me alongar
muito com estas questões, pois são esclarecedoras por si só. Muitas pessoas que
dizem fazer “feitiços/trabalhos” para outrem, estão se comprometendo
espiritualmente, hoje elas se utilizam de falanges de espíritos que lhes
auxiliam em suas más intenções, amanhã serão escravos de verdadeiros líderes,
magos negros que se encontram nas regiões umbralinas.
Q. 466. Por
que permite Deus que Espíritos nos excitem ao mal?
R:
Os Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a por em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem. Como Espírito
que és, tens que progredir na ciência do infinito. Daí o passares pelas provas
do mal, para chegares ao bem. A nossa missão consiste em te colocarmos no bom
caminho. Desde que sobre ti atuam influências más, é que as atrais, desejando o
mal; porquanto os Espíritos inferiores correm a te auxiliar no mal, logo que
desejes praticá-lo. Só quando queiras o mal, podem eles ajudar-te para a
prática do mal. Se fores propenso ao assassínio, terás em torno de ti uma nuvem de Espíritos a te
alimentarem no íntimo esse pendor. Mas outros também te cercarão, esforçando-se
por te influenciarem para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e te
deixa senhor dos teus atos.
É
assim que Deus confia à nossa consciência a escolha do caminho que devamos
seguir e a liberdade de ceder a uma ou outra das influências contrárias que se
exercem sobre nós.
O
assunto é extenso e de relevância que não nos permite prosseguir em maiores
detalhes, saibamos que existe um Deus criador do universo, de tudo o que
existiu, de tudo o que existe e de tudo o que está por vir, e estabeleceu leis
que são inexoráveis, mas nós ainda não as compreendemos em sua totalidade.
Se
existem espíritos que procuram nos prejudicar, também existem aqueles que nos
protegem, nos orientam pelo pensamento, nos auxiliam sempre que fazemos uma
prece com fé fervorosa, porque Deus nunca deixa um filho seu desamparado, nós é
que muitas vezes esquecemos dele.
Por enquanto, permaneçamos
com os ensinamentos de Jesus e tudo virá a seu tempo. Basta colocarmos em
prática apenas dois ensinamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a ti mesmo. Isto já é o suficiente para toda uma vida e fazer com
que espíritos que nos desejam mal reflitam ao observar o esforço que fazemos
para melhorar e busquem também a sua reforma interior. Paz e Luz.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
O
Livro dos Espíritos – Cap IX – Intervenção dos espíritos no mundo corporal –
Questões 456 a 557
O
Evangelho Segundo o Espiritismo