sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Dor

Por - Gilberto L. Tomasi
  A idéia que fazemos da felicidade, da alegria e da dor, varia ao infinito, dependendo da evolução de cada um de nós.
  Tudo o que vive neste mundo, a natureza, os animais, o homem, sofre, e todavia, o amor é a lei do universo e foi por amor que Deus criou os seres.     Temos aí uma contradição aparentemente  horrível, um problema angustioso, que nos perturba e nos leva ao pessimismo.
O animal luta ardentemente pela vida, a humanidade em sua história não é mais do que uma lista de mártires com seus tormentos, ou seja, a dor segue os nossos passos. Diante disto o homem se faz a eterna pergunta ? Porque existe a dor ? Seria uma  punição ,uma expiação como dizem alguns ? Seria a reparação do passado, o resgate de faltas cometidas ?
  Leon Dennis, diz que a dor fundamentalmente considerada é uma lei de equilíbrio e educação. Sem dúvida que as falhas do passado recaem  sobre nós e determinam as condições de nosso destino. O sofrimento então seria em algumas vezes a repercussão de erros cometidos e como tal deve ser considerado como agente de desenvolvimento, e que todos os seres tem de passar por ele. Todos tem que sentir dor.
Outra dúvida  é saber o que faz vibrar mais profundamente o espírito humano, a dor física ou a dor moral ? Segundo o espírito Emannuel, podemos classificar o sofrimento do espírito como a dor realidade e a dor física de qualquer natureza como a dor ilusão. A dor física desperta para seus deveres, seja como expiação, como consequência de alguns abusos humanos ou como advertência da natureza material ao dono de um organismo.
Portanto toda dor física é um fenômeno, enquanto a dor moral é essência (o que constitui o ser e a natureza das coisas)
Resumindo: A dor física produz  sensações. A dor moral produz sentimentos.
Daí a razão porque a dor física vem e passa, ainda que se faça acompanhar das transições de morte dos órgãos materiais, enquanto que só a dor espiritual (moral) é bastante grande e profunda para promover o luminoso trabalho do aperfeiçoamento e da redenção.
A dor e o prazer são duas formas extremas de sensação. Para suprimir uma ou outra seria preciso suprimir também a sensibilidade. Ambas, em princípio são inseparáveis e necessárias para a educação do ser, que na sua evolução deve experimentar todas as formas tanto de prazer como de dor.
É muito difícil fazer os homens entenderem que o sofrimento é bom. Não existe bem sem dor, ascensão sem suores e esforços. A lei da prova é uma das maiores instituições universais para a distribuição dos benefícios divinos, pois que precisamos compreender e aceitar todas as dores com nobreza de sentimentos.
 Uma das maneiras de combater a dor é a prece, que deve ser cultivada no íntimo de cada um como uma luz que se acende para o caminho tenebroso ou então mantida no coração como um alimento indispensável, porque a oração sincera constitui um fator de resistência moral diante das provações mais  escabrosas, rudes e doloridas.
A tendência geral consiste em fecharmo-nos no estreito círculo do nosso individualismo, do cada um por si, só que agindo desta forma o homem sofre, abate-se, sente dor,e reduz a estreito limites tudo quanto nele é grande, ao passo que o homem deveria estar destinado ao desenvolver-se, estender-se, dilatar-se a desferir vôo, ou seja, o pensamento, a consciência, numa só palavra, toda a sua alma.
Os gozos, os prazeres e a ociosidade estéril não fazem mais do que apertar esses limites, acanhar nossa vida e nosso coração.E é justamente para quebrar esse círculo, para que todas as virtudes ocultas se expandam à luz  que é necessário a dor. A desgraça e as provações fazem jorrar em nós as fontes de uma vida desconhecida e mais bela, pois sabemos que só aprendemos e crescemos pelo amor ou pela dor. É necessário pois, sofrer para adquirir e conquistar.
A dor física, dor enfermidade, faz com que a medicina caminhe em todas as direções em busca de socorro que lhe possibilite debelar os males, mas Deus não permite que os empreendimentos da medicina que vise o alívio dos que sofrem, interferira no carma individual, que muitas vezes é uma opção do próprio espírito.
Tanto a dor evolução (pena imposta ao malfeitor que comete algum crime de qualquer ordem), como a dor provação (luta que ensina aos espíritos rebeldes a estrada da edificação espiritual), tem o mesmo objetivo: Melhorar as condições do espírito, sem o que não há felicidade.
O espírito Victor Hugo, nos diz, que quando conseguirmos aprender a suprimir a dor, conseguiremos ao mesmo tempo o que é mais digno de admiração neste mundo, isto é, a coragem de suporta-lá.
Palestra na Comunhão Espírita Cristã de Curitiba
Consultas: Luz Viva (D P Franco – Joana D!Angelis e Marco Prisco) – O Livro da Esperança ( Chico Xavier , Emannuel) – O Problema do Ser do Destino e da Dor (Léon Dennis)  - O Consolador (Chico Xavier, Emannuel) – Estude e Viva (Chico Xavier, Waldo Pereira,Emannuel,André Luiz) – Alguns Ângulos dos Ensinos do Mestre (João N Maia, Miramez) A Luz e a Dor Salvarão o Mundo (José Fuzeira) – Dor Suprema (Zilda Gama,  Victor Hugo)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Namorar ou ficar?

Por - Gilberto L. Tomasi

Muito embora as vezes, seja motivo de piada, em função da mentalidade atual, é necessário falar sobre  o tema porque ele está na raiz de muitos problemas que envolvem a evolução humana. A própria palavra “namoro” perdeu o sentido inicial de despertar amor, de criar situações para o conhecimento entre os parceiros. E, para que duas pessoas possam se relacionar harmoniosamente, a condição indispensável é que se conheçam bem.

Antigamente namorar era envolver-se com o outro no sentido de perceber as afinidades ou as incompatibilidades entre o casal. Hoje isto parece remoto e  namorar ficou ridículo. Não se namora mais, fica-se, atitude muitas vezes traduzidas na expressão, um pouco vulgar, “catar”.A menina ou o menino foi “catado”.

Com o espiritismo, sabemos que estamos na terra para o progresso espiritual. Todas as oportunidades da vida material devem ser pois, de forma consciente transformadas em  degraus evolutivos. Assim sendo, nossa vida afetiva, especialmente, é ponto crucial para esse objetivo.

 Com kardec, aprendemos que  a poligamia,  coisa corriqueira nos namoros atuais, significa atraso moral, pois o poligâmico se preocupa  apenas consigo mesmo desrespeitando  o sentimento do parceiro. É a vitória do orgulho e do egoísmo que aí encontram mais um estímulo para permanecerem no coração humano,

Em contrapartida, a monogamia desperta no casal o estímulo para a construção da  vida a dois e, ao longo dos tempos, superando as crises, as diferenças individuais, vai harmonizando-se, construindo o amor sereno e profundo que traz a felicidade pelo amadurecimento espiritual.

Todo o relacionamento conjugal precede de um determinado tempo de maturação afetiva, marcado por um período denominado namoro. Portanto, segundo a visão espírita, traduzida pelas palavras de Emanuel (espírito) no livro Vida e Sexo o namoro se traduz por um suave encantamento, onde dois serem descobrem um no outro de maneira imprevista, motivos para a entrega recíproca, numa relação  saudável. Relação essa, que termina em casamento ou relação estável.

O livro dos espíritos, nas questões 695/696, nos ensina que o casamento, ou a união estável nos dias atuais, é um progresso na marcha da humanidade, e que sua abolição significaria o retorno à vida animal. E, guardadas as devidas proporções, o ato de ficar, que vai do simples beijo até a relação sexual, nada mais é do que a banalização do desrespeito ao ser humano, que é usado e jogado fora como algo descartável, e facilmente substituível. Hoje, troca-se de parceiro como quem troca de roupa, sem se deter sequer no tipo de sentimento que se provoca no outro, e nem sem si mesmo.

As pessoas, especialmente os jovens não dão tempo para o jogo da conquista, para o despertar dos sentimentos antigos que vêm do passado remoto, de outras encarnações, quando se prometeram um ao outro. E, depois choram por não encontrar um parceiro digno de seu amor.

O ficar não apenas desestimula um relacionamento mais profundo como alimenta a infidelidade, que aumenta  no casamento. O jovem de hoje passa pelo difícil teste de ter responsabilidade para bem direcionar a liberdade que conquistou para construir a vida feliz que sonha.

Sexo e responsabilidade precisam ser inseparáveis nos relacionamentos afetivos. Eis que namorar é preciso. Namorar mesmo . E não apenas ser amantes.

Agora, qual foi o fator que desencadeou o famoso ficar ? A decadência moral.  Há anos  atrás, tinha um programa na televisão, que era apresentado por Martha Suplicy, e nesse programa ela estimulava as moças a ficarem. Dizia ela, que era uma conquista feminina, igualando-se ao homem que sempre ficou. Isto foi um estímulo importante para o ficar. Só que propiciou à mulher igualar-se ao homem naquilo que ele tinha de mais negativo, a irresponsabilidade na lida com o sexo.

É bem verdade, que há bem pouco tempo tivemos uma grande e absurda repressão no campo sexual, hoje a liberdade é mais do que irrestrita. Entre esses dois extremos está o meio termo, o equilíbrio, se  questiona portanto,  se os espíritas não estão muito apáticos com a situação, achando tudo muito normal.

Acontece, que a toda repressão, segue-se uma liberação natural, a história nos tem mostrado isso. Entretanto, o espírita, tem muita responsabilidade porque ele sabe do valor do sexo na construção do futuro feliz e precisa educar seus filhos com este pensamento.

Os jovens precisam saber da responsabilidade que têm no relacionamento afetivo. Os adultos precisam saber que as relações sexuais trazem comprometimento espiritual e, consequentemente, não podemos viver como se isso não existisse. Mas, é difícil enfrentar a sociedade que na maioria das vezes policia um comportamento mais vinculado à moral mais ligado ao compromisso espiritual. É aí que o espírita tem entregado os pontos também.

Esse tema é importante por nos leva a reflexão, buscando em Jesus a orientação para o nosso aprimoramento espiritual. Devemos lembrar que quando Emmanuel fala em lar constituído, não se refere a papéis, a casamento civil, etc.., ele fala da responsabilidade um com o outro, de assumir o filho que vier, de assumirem-se um ao outro não trocando de parceiro na primeira oportunidade.

Os namoros, hoje em dia, não têm compromisso de construção de uma família pela felicidade do relacionamento sexual. Assim, na primeira discussão, termina-se o namoro, arranja-se outro parceiro e aí um novo relacionamento sexual no famoso “ficar”

Se o casal se ama e tem maturidade para o relacionamento sexual, que se case, ou vão morar juntos então Sexo, é comprometimento afetivo e sentimental com relação ao parceiro. Ao mesmo tempo em que o casal se vincula energeticamente um ao outro, marcando-se, gerando compromissos dentro da lei de causa e efeito.

As pessoas, os “ficantes”, ainda não entendem, que relação sexual não acaba após o orgasmo. Ela gera efeitos no campo magnético dos envolvidos. E a falta de responsabilidade, nessa relação, gera efeitos, geralmente desagradáveis, como a vida tem nos mostrado.

Nós espíritas, sabemos, que somos espíritos encarnados com o objetivo do progresso. O corpo físico é dotado das características sexuais com as quais deveremos conquistar esse progresso. O sexo, assim, tem a função principal de gera filhos, de perpetuar a espécie.

Na questão 298 do livro dos espíritos, vemos que a maior parte dos relacionamentos matrimoniais que são felizes, só o são, relativamente pelas afinidades de suas inclinações e instintos. Apenas nas esferas superiores, nos dizem os espíritos, é que encontra a verdadeira união e reciprocidade entre os espíritos.


Consultas – Vida e Sexo (Emanuel)
O Livros dos Espíritos ( A Kardec)
Pesquisa diversas